O total acionamento do parque termelétrico brasileiro deve pressionar a arrecadação do Encargo de Serviços do Sistema (ESS) para um patamar recorde em 2012. O Jornal da Energia apurou que a cobrança pode chegar a R$2,74 bilhões, superando em 14,6% a arrecadação de 2008, de R$2,39 bilhões, quando o uso de térmicas também foi excepcional. O ESS pode ser 94,3% superior quando à comparação é feita com 2011 (R$1,41 bilhão).
A reportagem levou em consideração as estimativas para o encargo para os meses de novembro e dezembro, feitas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), no relatório InfoPLD dos respectivos meses. O que já é certo, segundo o relatório InfoMercado de dezembro, é que a cobrança do ESS já acumula R$1,25 bilhão até outubro. Para novembro, a previsão de arrecadação do ESS é de R$552,3 milhões e para dezembro, R$941,9 milhões.
O encargo foi criado em 2004 e é destinado à cobertura dos custos dos serviços do sistema, inclusive os serviços ancilares, prestados aos usuários do Sistema Interligado Nacional (SIN). Dentre outros custos, o ESS cobre a geração térmica despachada independente da ordem de mérito, bem como restrições de transmissão dentro de cada submercado.
Em relação às outras fontes, a geração térmica é mais cara, o que incide em um custo maior de compra de energia por parte das distribuidoras e, consequentemente, um custo maior para os consumidores.
No sistema elétrico brasileiro, as térmicas servem como um “colchão”, proporcionando mais segurança para o atendimento da demanda. Quando os níveis dos reservatórios hidrelétricos baixam são as térmicas que atendem a necessidade de geração do Brasil.
Em 2008, o Brasil passou um período de pouca chuva, o que demandou muitas geração térmica e, por conseguinte, um maior cobrança do ESS. Desde meados de outubro de 2012, a situação se repete. Atualmente, estão sendo acionados 13 mil MW médios de térmicas, cerca de 20% da demanda total do País. (Jornal da Energia)
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