terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Eletrobras pode criar holding para vender distribuidoras

A criação de uma holding para absorver as seis distribuidoras federalizadas das regiões Norte e Nordeste, subsidiárias do grupo Eletrobras, teria como objetivo vender as empresas. Segundo uma alta fonte do setor, depois de criada essa holding para a distribuição, uma das alternativas em estudo mais avançado pela companhia como estratégia para reduzir seus custos, seriam vendidos 51% dos ativos das empresas Amazonas Energia, Eletrobras Acre, Rondônia, Roraima, Piauí e Alagoas. Essas distribuidoras, com sérios problemas de gestão e prejuízos, foram, ao longo dos últimos anos, passando para a gestão da Eletrobras. 

Outras opções discutidas internamente incluem ainda a criação de outras holdings: uma para a área de geração e uma para a de transmissão, que absorveriam os ativos das subsidiárias do grupo (Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul). 

A estatal tem feito um extenso programa de recuperação dessas empresas. Em 2010, a Eletrobras amargou um prejuízo total com essas empresas de R$ 1,5 bilhão. Em 2011, a perda recuou para R$ 841 milhões. No ano passado, de janeiro a setembro, o prejuízo acumulado foi de R$ 507 milhões. 

A venda de parte dos ativos de distribuição integra parte de um amplo programa de redução de custos que está sendo elaborado pela Eletrobras, para fazer face à redução de sua receita em 70% com a renovação dos contratos de concessão com base na medida provisória (MP) 579. 

Ações para reduzir custos - A Eletrobras confirmou que estuda uma série de ações para racionalizar seus custos e os das subsidiárias, aproveitando as sinergias existentes entre as empresas. Esse plano com várias ações para redução dos custos será concluído ainda neste trimestre. A Eletrobras negou, contudo, que entre as ações em estudo esteja a criação das três holdings, para geração, transmissão e distribuição. 

A estatal adiantou que estuda ainda a adoção de um Plano de Demissão Incentivada (PDI). A estatal espera adesão de 10% a 15% (de 2.800 a 4.200 funcionários) do total de 28 mil do grupo, no período de dois anos após ser aprovado. O PDI ainda precisaria ser aprovado pela diretoria e o conselho da Eletrobras e, depois, pelo Departamento de Controle das Estatais (Dest), do Ministério do Planejamento. (O Globo)

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