segunda-feira, 15 de outubro de 2012

CPFL e Equatorial se unem e podem assumir controle indireto da Rede Energia

A CPFL Energia celebrou um memorando de entendimento com a Equatorial Energia e o empresário Jorge Queiroz de Morais Junior (acionista controlador do Grupo Rede Energia), cujo objetivo primeiro é analisar, em caráter exclusivo, a situação econômica, financeira e operacional das empresas controladas pelo grupo Rede Energia, de acordo com comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nesta quinta-feira (12/10). 

Conforme informou ao mercado, o acordo firmado pode resultar numa mudança do controle acionário da holding. A "CPFL e Equatorial manifestaram interesse na aquisição de participações societárias que lhes confiram controle indireto do Grupo Rede, inclusive das distribuidoras de energia elétrica ora sob intervenção da Aneel", disse o documento enviado pela Rede Energia. 

No entanto, a efetiva conclusão do negócio está sujeita às devidas aprovações por parte dos órgãos públicos, credores e investidores. Também vai depender dos resultados de uma auditoria a ser conduzida nas empresas do grupo, bem como da aprovação do plano de recuperação a ser apresentado à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

Segundo a Rede Energia, "a celebração e eventual efetivação da operação não prejudicam o cumprimento do plano de recuperação judicial da Celpa, nem o contrato de compra e venda de ações e outras avenças celebrado com a Equatorial Energia para fins de aquisição do controle da Celpa". 

Por sua vez, a CPFL Energia disse que manterá o mercado devidamente informado "caso haja qualquer avanço nas tratativas". Nesta quinta-feira (11/10), a companhia também informou ao mercado que vai pedir renovação das concessões de suas cinco distribuidoras, em atendimento a Medida Provisória 579, cujo prazo para manifestação termina nesta segunda (15/10). 

Sob intervenção - As dificuldades financeiras e operacionais de algumas distribuidoras do Grupo Rede Energia fizeram com que a Aneel, em 31 de agosto, intervisse em oito das nove concessionárias controladas pelo Grupo - embora as empresas estivessem em situações distintas. A exceção foi a Celpa que, na época, encontrava-se em recuperação judicial, hoje em processo de transição para a Equatorial. 

Desde então, Enersul (MS), Cemat (MT), Celtins (TO), Cuiuá-D (SP), Bragantina (SP), Vale do Paranapanema (SP), Nacional (SP) e CFLO (PR) estão sob a administração de três ex-diretores da agência reguladora (Jaconias de Aguiar, Jerson Kelman, e Isaac Pinto Averbuch), além do superintendente de negócios no exterior da Eletrobras, Sinval Zaidan, também escolhido como interventor. 

O Plano de Recuperação da holding Rede Energia prevê que o futuro controlador terá que injetar R$773 milhões para que as suas oito concessionárias de distribuição reduzam seus índices de alavancagem, quitem seus mútuos passivos e obrigações intrassetoriais. (Jornal da Energia)
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