A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por meio de sua Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Geração, autorizou nesta segunda-feira (1/10) sete parques eólicos da CPFL Renováveis a entrarem em operação. Essas usinas, que somam 188MW no Rio Grande do Norte, deveriam estar gerando energia desde junho deste ano, mas não estão por causa do atraso na construção da linha de transmissão João Câmara, de responsabilidade da Chesf.
Com a autorização de operação, a CPFL começa a receber a receita fixa desses empreendimentos - inclusive retroativos -, isso porque a impossibilidade de geração é causada por terceiros, o que garante o repasse financeiro ao gerador.
Nesta sexta-feira (28/9), o Jornal da Energia chamou a atenção para o fato de os geradores ainda não estarem recebendo as receitas dos empreendimentos sem ICGs. A Dobrevê Energia, que tem cinco usinas na mesma situação da CPFL, já havia demonstrado preocupação quanto ao tema – uma vez que em dois meses precisava começar a pagar o financiamento que obteve junto ao BNDES para construir o complexo eólico Morro dos Ventos (144MW), no Rio Grande do Norte.
"Não estamos recebendo por um atraso da Chesf. Durante esse percurso a Aneel fez uma série de reuniões e inventou um check list complicadíssimo. Já entregamos essa documentação duas vezes e até agora nada. Em breve vai completar a terceira fatura mensal que não recebemos. E a cada mês são R$10 milhões que deixamos de receber", disse um interlocutor ligado à diretoria da empresa.
Na ocasião, o diretor da Aneel, Julião Coelho, confirmou que havia uma “pendência junto à área técnica da agência reguladora”. Para ele, porém, esses pontos já haviam sido resolvidos. A autorização da agência nesta segunda confirma a previsão do diretor.
Até o final da semana, a Dobrevê também deverá receber a autorização de operação e, consequentemente, a receita oriunda dos empreendimentos. Outra que também deve receber o aval da agência reguladora é a Renova Energia, que tem 14 parques na Bahia na mesma situação, que somam 289MW de potência.
Essas usinas são resultado do primeiro leilão exclusivo de energia eólica, realizado em 2009, que viabilizou 1,8GW na época. Pelo cronograma original, os paques deveriam estar injetando energia na rede a partir de 1° de julho de 2012. Mas por causa do atraso nas IGCs - que devem ficar prontas só em 2013 -, não podem despachar a energia produzida. (Jornal da Energia)
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