segunda-feira, 2 de março de 2015

RTE e bandeiras cobrem parte dos custos, mas não eliminam os reajustes, explica Rufino

O repasse imediato para as tarifas dos custos da Conta de Desenvolvimento Energético e da compra de energia é uma parte importante da conta a ser paga em 2015 pelo consumidor, mas não encerra a sucessão de aumentos tarifários esperada para os próximos meses. Grande parte das distribuidoras ainda passará por reajustes anuais até dezembro, mas os percentuais tendem a ser menores, segundo o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, porque a revisão tarifária extraordinária aprovada pela agência já captura grande parte dos custos previstos para o ano. 

Além da RTE, que será em média de 23,4%, a tarifa de energia sofrerá o impacto da revisão do valor das bandeiras tarifárias, que será corrigido em 66,7% (bandeira amarela) e em 83% (bandeira vermelha) a partir da próxima segunda-feira, 2 de março. O menor valor da RTE será aplicado pela Celpe (PE) e ficará em 2,2%. O maior será o da AES Sul (RS), que será de 39,5%. AES Eletropaulo vai aplicar 31,9%; Cemig, 28,8% e Light 22,5%.

A revisão das bandeiras ocorreu porque o mecanismo vai absorver parte dos custos variáveis da energia das térmicas que não entrou na revisão. Para Rufino, o peso do mecanismo na tarifa, de 4%, não será significativo. Os recursos arrecadados irão para uma conta centralizadora, responsável pelos repasses às distribuidoras.

"Com essas decisões que estão sendo tomadas completamos o ciclo para alcançar a sustentabilidade do setor elétrico por meio da tarifa", afirmou Rufino, ao comentar o assunto durante a reunião extraordinária desta sexta-feira, 27 de fevereiro. Na próxima semana, a Aneel vai iniciar uma campanha de divulgação das bandeiras para orientar o consumidor a usar de forma eficiente a energia. A expectativa da agência é de que haja redução no consumo. (Canal Energia)
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