quinta-feira, 13 de setembro de 2012

BNDES estuda ampliação do financiamento ao setor elétrico

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BN-DES) garantirá o financiamento a projetos do setor de energia, independentemente dos efeitos das medidas de redução da tarifa de eletricidade anunciadas esta semana pelo governo. “O setor é seguro para investimentos.

Não falta financiamento”, afirmou a chefe do departamento de energia elétrica do banco, Márcia Leal, após participar do evento Energy Summit 2012, no Rio. O banco, na verdade, está trabalhando para expandir as modalidades de financiamento para o setor, por meio de emissão de debêntures de infraestrutura, informou Márcia. A escassez de financiamento para projetos de energia foi motivo de crítica pelo diretor da consultoria Ernest & Young Terco, Lúcio Teixeira, durante o evento.

Ele argumenta que o acesso ao crédito para as elétricas é muito concentrado no BNDES. Além disso, em sua opinião, faltam alternativas de financiamento no Brasil, em comparação ao mercado internacional. Segundo estudo da Ernest & Young Terco, o setor elétrico brasileiro vai necessitar de ao menos R$ 300 bilhões em financiamentos para fazer frente aos altos investimentos previstos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2. Lúcio Teixeira avalia que a disponibilidade de crédito no país para o setor pode ser considerada “preocupante”.

Ele acrescentou que, dentro do crédito concedido a projetos de infraestrutura no Brasil, o setor elétrico fica com cerca de 10% dos recursos, enquanto na média mundial o índice é de 22%. “O que se esperava era um ritmo maior de crédito para as empresas do setor elétrico”, afirmou o executivo. Para o BNDES, no entanto, as críticas da Ernst & Young não têm fundamento.A chefe do departamento de energia elétrica do banco, Márcia Leal, enfatizou que cada país tem um perfil de investimento em infraestrutura e, no caso do Brasil, o setor tem financiamento para crescer, baseado em um ambiente regulatório seguro. “As opções de investimento estão crescendo.

O mercado de debêntures de infraestrutura é um caminho para que se possa aumentar a participação de mercado nos financiamentos e isso é muito saudável. Estamos aprovando algumas operações contando que vai haver debêntures de infraestrutura.

A parceria é o melhor meio.Energia e infraestrutura são setores seguros e atendem a questão do risco com esse tipo de papel”, assinalou ela. Márcia também comentou o pacote anunciado anteontem pelo governo e afirmou que as medidas não trarão risco de crédito para as empresas da área. “O setor elétrico tem um processo regulatório muito seguro.

Quando falamos de projetos de expansão, geração e transmissão, estamos falando de projetos greenfield e não das concessões renovadas. E estas concessões que estão sendo renovadas darão capacidade de investimento. O pacote não oferece riscos”, comentou Durante o anúncio das medidas do governo, na última terça-feira (11), o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que a partir de 2013 todos brasileiros pagarão menos pela energia consumida, com redução média de 20,2% na conta final.

As mudança incluem a prorrogação das concessões, a redução dos encargos setoriais e um aporte de R$ 3,3 bilhões por parte da União. A prorrogação será feita com a depreciação dos ativos amortizados. “Essa medida atinge dois grandes objetivos: assegura a continuidade da prestação de serviços e a acelera efeitos de modicidade tarifária”, disse o ministro durante o anúncio.

Enquanto bancos e consultorias discutem a expansão do crédito para o setor, as empresas comercializadoras de energia elétrica ainda se debruçam sobre as medidas anunciadas pelo governo para avaliar os prós e contras em relação às distribuidoras que atuam no mercado cativo de energia. Caso da Energisa Comercializadora.

 Segundo sua diretora, Alessandra Genu Dutra Amaral, as comercializadoras de energia terão mercados específicos de atuação. Um deles seria o de empresas que consomem energia depois do horário de pico e que teriam assim tarifas mais atraentes no mercado livre. (Brasil Econômico, com Agência Estado)
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