A hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo em geração de energia, vai ajudar na defesa de Belo Monte que, quando pronta, será a terceira do ranking global em potência instalada, com 11.233MW. A revelação é do diretor-geral brasileiro do empreendimento binacional, Jorge Samek. A ideia surgiu após uma conversa com executivos da Norte Energia, responsáveis pela UHE do Xingu, que se queixavam de críticas que têm sido feitas ao projeto.
“Fiz uma coletânea, em função do debate sobre Belo Monte, que vai ficar pronta em mais uns dias. De tudo que foi dito e falado durante a construção de Itaipu. É cada pérola que você não vai acreditar. Diziam que ia ter terremoto - e olha que isso era catedrático, não era qualquer zé mané que dizia”, conta o executivo.
Segundo o diretor de Itaipu, a coleção contempla recortes de grandes jornais e revistas em que “doutores e especialistas” faziam afirmações como a de que a megausina feita por Brasil e Paraguai iria mudar completamente o clima na região, podendo até levar ao surgimento de neve.
“Diziam que os peixes iam desaparecer, que as piranhas iam dominar o reservatório. E nada disso se confirmou. É bacana ver como os fatos se repetem”, diz Samek, lembrando acusações que são feitas contra Belo Monte – como a de que o Parque do Xingu ou reservas indígenas serão atingidas.
“Coloco o contraponto disso. A produtividade da região aumentou. Havia até os que falavam que a usina nunca ficaria pronta, que a linha de transmissão não ia dar certo. Nenhuma das catástrofes aconteceu. E, só em royalties, já foram US$10 bilhões pagos, um terço disso para os municípios com área alagada. Que hoje têm o melhor IDH, a melhor qualidade de vida do Paraná”, expõe o diretor.
Ainda assim, Samek faz questão de ressaltar que “é importante todo o debate” sobre as hidrelétricas. “Isso é complexo, mas faz parte e é ótimo. Na época de Itaipu não tínhamos uma democracia, então era mais difícil. Por trás de toda grande hidrelétrica há um grande debate, mas, no final, quem ganha é o consumidor, com energia renovável e limpa”. (Jornal da Energia)
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