Vários empreendimentos de infraestrutura estão coma capacidade de operação comprometida por causa de obras complementares inacabadas e gargalos provocados pela falta de planejamento do Estado. A lista inclui projetos bilionários como a Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, as Eclusas de Tucuruí, a Ferrovia Norte Sul e a termoelétrica AES Uruguaiana.
Todos dependem de alguma obra não concluída que limita o potencial dos projetos, a exemplodo Porto Itapoá apresentado pelo Estado na edição de ontem. Equipado com máquinas modernas, o terminal tem sido prejudicado pela demora na conclusão de uma estrada de 23 quilômetros (km), prometida pelo governo estadual há nove anos.
Na avaliação do presidente da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), Luciano Amadio Filho, um dos entraves é a falta de dinheiro público para realizar todas as obras necessárias no País inteiro. Mas o maior problema é a ausência de prioridades da administração pública, seja municipal, estadual ou federal. Se um projeto não é concluído dentro de um governo, diz o executivo, ele corre o risco de perder relevância na gestão seguinte.
"Graças a lei de responsabilidade fiscal, os novos governos são obrigados a dar continuidade às obras.Oque ajuda bastante", diz Amadio. Não há, porém, exigência para acelerar a construção dos projetos, que demoram anos para sair do papel. As Eclusas de Tucuruí, por exemplo, foram inauguradas em 2010, depois de 30 anos de obras. Custaram R$ 1,6 bilhão, mas apenas podem operar a pleno vapor durante a cheia do rio.
As obras complementares para tornar o rio navegável não foram realizadas e o transporte de carga está limitado. Trata-se da derrocagem (retirada de pedra) do Pedral de São Lourenço, que fica próximo a uma das eclusas. Sem a obra, os comboios com milhares de toneladas de carga não conseguem ultrapassar o trecho de 35 km no período seco do rio, entre agosto e janeiro. Nessa época do ano, apenas pequenas embarcações trafegam no local.
"Esse tipo de situação provoca prejuízo para todo mundo, seja empresa, governo, Estado ou população", diz Amadio. Segundo ele, depois de anos de paralisia, o Brasil ainda está acordando para a necessidade de ter uma infraestrutura adequada, mas precisa de agilidade. "Projetos tocados pela iniciativa privada têmumritmo muito mais acelerado quando comparado a uma obra feita pelo poder público."
Ele tem razão. A primeira turbinada Hidrelétrica Santo Antônio, construída pelo consórcio liderado pela Odebrecht, será inaugurada em tempo recorde, em janeiro (a previsão era maio). Mas a linha de transmissão que interligará a capital Porto Velho e a Região Sudeste - embora seja privada - será concluída em novembro, quase um ano depois do início de funcionamento da usina. O governo demorou muito para fazer a licitação das linhas.
Há, entretanto, casos extremos como a termoelétrica Uruguaiana, do grupo americano AES. Instalada no Sul do País, a usina não pode operar por falta de gás natural. O fornecimento da Argentina foi interrompido em 2005 e até hoje não foi restabelecido. A empresa, que questiona a falta de combustível na Câmara Internacional de Comércio, gasta cerca de R$ 12 milhões por ano apenas com manutenção da estrutura. Ela estuda alternativas para reativar a unidade.
Outro projeto que pode começar a ter problema se as obras complementares não forem concluídas é a Ferrovia Norte Sul, que hoje transporta 2,568 milhões de toneladas (90% de grãos). Para chegar aos 8,8 milhões projetados pela Vale, que opera a ferrovia, o Terminal de Grãos (Tegram) do Porto de Itaqui, precisa ser construído.
O contrato com as empresas será assinado este mês. As vencedoras terão até julho para entregar o projeto executivo, que passará por aprovação da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap). A operação será iniciadaemsetembro de 2013.
Todos dependem de alguma obra não concluída que limita o potencial dos projetos, a exemplodo Porto Itapoá apresentado pelo Estado na edição de ontem. Equipado com máquinas modernas, o terminal tem sido prejudicado pela demora na conclusão de uma estrada de 23 quilômetros (km), prometida pelo governo estadual há nove anos.
Na avaliação do presidente da Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), Luciano Amadio Filho, um dos entraves é a falta de dinheiro público para realizar todas as obras necessárias no País inteiro. Mas o maior problema é a ausência de prioridades da administração pública, seja municipal, estadual ou federal. Se um projeto não é concluído dentro de um governo, diz o executivo, ele corre o risco de perder relevância na gestão seguinte.
"Graças a lei de responsabilidade fiscal, os novos governos são obrigados a dar continuidade às obras.Oque ajuda bastante", diz Amadio. Não há, porém, exigência para acelerar a construção dos projetos, que demoram anos para sair do papel. As Eclusas de Tucuruí, por exemplo, foram inauguradas em 2010, depois de 30 anos de obras. Custaram R$ 1,6 bilhão, mas apenas podem operar a pleno vapor durante a cheia do rio.
As obras complementares para tornar o rio navegável não foram realizadas e o transporte de carga está limitado. Trata-se da derrocagem (retirada de pedra) do Pedral de São Lourenço, que fica próximo a uma das eclusas. Sem a obra, os comboios com milhares de toneladas de carga não conseguem ultrapassar o trecho de 35 km no período seco do rio, entre agosto e janeiro. Nessa época do ano, apenas pequenas embarcações trafegam no local.
"Esse tipo de situação provoca prejuízo para todo mundo, seja empresa, governo, Estado ou população", diz Amadio. Segundo ele, depois de anos de paralisia, o Brasil ainda está acordando para a necessidade de ter uma infraestrutura adequada, mas precisa de agilidade. "Projetos tocados pela iniciativa privada têmumritmo muito mais acelerado quando comparado a uma obra feita pelo poder público."
Ele tem razão. A primeira turbinada Hidrelétrica Santo Antônio, construída pelo consórcio liderado pela Odebrecht, será inaugurada em tempo recorde, em janeiro (a previsão era maio). Mas a linha de transmissão que interligará a capital Porto Velho e a Região Sudeste - embora seja privada - será concluída em novembro, quase um ano depois do início de funcionamento da usina. O governo demorou muito para fazer a licitação das linhas.
Há, entretanto, casos extremos como a termoelétrica Uruguaiana, do grupo americano AES. Instalada no Sul do País, a usina não pode operar por falta de gás natural. O fornecimento da Argentina foi interrompido em 2005 e até hoje não foi restabelecido. A empresa, que questiona a falta de combustível na Câmara Internacional de Comércio, gasta cerca de R$ 12 milhões por ano apenas com manutenção da estrutura. Ela estuda alternativas para reativar a unidade.
Outro projeto que pode começar a ter problema se as obras complementares não forem concluídas é a Ferrovia Norte Sul, que hoje transporta 2,568 milhões de toneladas (90% de grãos). Para chegar aos 8,8 milhões projetados pela Vale, que opera a ferrovia, o Terminal de Grãos (Tegram) do Porto de Itaqui, precisa ser construído.
O contrato com as empresas será assinado este mês. As vencedoras terão até julho para entregar o projeto executivo, que passará por aprovação da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap). A operação será iniciadaemsetembro de 2013.
ALGUNS EMPREENDIMENTOS
Hidrelétrica Santo Antônio - Primeira turbina da usina já entrou em testes e deve entrar em operação comercial ainda este mês. Linha de transmissão que vai permitir trazer a energia para a região Sudeste só ficará pronta em novembro
AES Uruguaiana - Usina termoelétrica, do grupo americano AES, está parada desde 2005 por falta de gás natural. Empresa instalada na Argentina rompeu contrato. Há um processo na Câmara Internacional de Arbitragem
Eclusas de Tucuruí - Depois de 30 anos, as eclusas foram concluídas, mas só funcionam na capacidade máxima durante o período da cheia do rio. Governo não fez a derrocagem do rio. (O Estado de S. Paulo)
Leia também:
* Eólica: Um ano para não esquecer
* Pinga-Fogo Setor Elétrico: Aneel, Cemig e Parques eólicos
* Hidrelétricas: tecnologia para monitorar geradores
* Energia eólica: país na mira dos negócios
