Depois de defender o aumento da exigência de conteúdo nacional na política de fomento aos projetos de geração de energia eólica, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, disse ao Valor ter chegada a hora de estimular o desenvolvimento de pesquisas voltadas para aproveitamento dos ventos que sopram nas regiões brasileiras com maior potencial de exploração da atividade.
Mais do que atrair a indústria capaz de montar os componentes que integram os parques geradores, é preciso, segundo Tolmasquim, avançar para uma nova etapa. A idéia é priorizar a inovação tecnológica dos equipamentos desenvolvidos entrarem em operação no Brasil.
Ao chamar a atenção para esta necessidade, Tolmasquim diz que é preciso “tropicalizar” os projetos de geração de energia elétrica gerada com a força dos ventos. “Devemos fazer aerogeradores voltados para o nosso mercado”, afirmou. “Diferente de outras regiões, aqui os ventos são de baixa rajada e contínuos”, acrescentou.
A energia eólica será a principal fonte de energia a ser ofertada no leilão agendado para o próximo dia 20. Mais de 80% dos 6,2 mil MW de capacidade previstos na licitação virão dos 205 projetos habilitados de fonte eólica.
Para o presidente da EPE, o Brasil venceu com êxito a fase inicial de atração de investimentos para o segmento. Impulsionada por programa de incentivo a fontes alternativas de energia e linha de crédito especial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), a capacidade dos empreendimentos contratados nos últimos anos, que ainda não entraram em operação, já ultrapassou a marca de 5 mil megawatts (MW). Isso, segundo Tolmasquim, corresponde à metade do que o continente europeu acrescenta por ano no setor.
Tolmasquim ressaltou que boa parte da exigência de 60% de conteúdo nacional é atendia pelas empresas com a montagem de torres ou as pás eólicas, muitas vezes sem envolver equipamentos de maior complexidade técnica como as turbinas. Ele considera que a aumento deste percentual, atrelado a um movimento de busca pela inovação, deverá propiciar um novo momento importante para o setor. (Valor Econômico)
Leia também:
* OPINIÃO: Descompasso no setor elétrico
* O nó das concessões do setor elétrico
* Cemig e Eletrobras na na briga pela EDP
* Cemig quer a empresa para se internacionalizar
* Elena Landau defende a renovação das concessões do setor elétrico
* Aneel rejeita tentativa de distribuidoras de suspender terceiro ciclo tarifário
Leia também:
* OPINIÃO: Descompasso no setor elétrico
* O nó das concessões do setor elétrico
* Cemig e Eletrobras na na briga pela EDP
* Cemig quer a empresa para se internacionalizar
* Elena Landau defende a renovação das concessões do setor elétrico
* Aneel rejeita tentativa de distribuidoras de suspender terceiro ciclo tarifário