A Parpública, empresa que administra os ativos estatais portugueses, divulga até amanhã o parecer final sobre a proposta vencedora do leilão de privatização de 21,35% da EDP, a estatal portuguesa de energia. Uma das etapas decisivas do processo está marcada para hoje, data em que termina o prazo para a entrega das propostas. Na lista de empresas que manifestaram interesse na companhia estão as brasileiras Eletrobras e Cemig, que concorrem com a alemã E.ON e a China Three Gorges.
A disputa se intensificou nos últimos dias —Cemig e Eletrobras, por exemplo, oficializaram o envio de propostas em fatos relevantes publicados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na última sexta-feira (9). Apesar do valor da oferta ser um critério decisivo — o lance mínimo é de ¤ 2,2 bilhões — o governo português condicionou a venda ao compromisso da vencedora de manter o capital na empresa por, no mínimo, quatro anos.
A expectativa é de que a oferta chegue a ¤ 4 bilhões. Os valores da disputa, superiores ao preço de mercado dos 21,35% da EDP — de ¤ 1,8 bilhão — se justificam: o novo investidor será o maior e mais influente acionista da empresa. A venda de participação do governo na EDP foi uma das exigências impostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para liberar a ajuda financeira a Portugal. A privatização de empresas estatais é considerada crucial para o abatimento da dívida pública do país.
Eletrobras quer os ativos de energia renovável
A Eletrobras, candidata à privatização de 21,35% da EDP, pretende adquirir participações minoritárias nos projetos eólicos da empresa portuguesa nos EUA, um de seus mercados prioritários e onde ocupa o terceiro lugar do ‘ranking’ do setor, rivalizando com os maiores operadores mundiais. O objetivo é facilitar o investimento em novos ativos e reduzir o nível de endividamento da EDP, atualmente na casa dos ¤16 bilhões — valor que o presidente da Eletrobras, José Carvalho Neto, diz que tem de ser reduzido “de forma gradativa” nos próximos anos.
O gestor brasileiro — que concedeu entrevista exclusiva ao Diário Económico na sexta-feira (9) após entregar a proposta de aquisição das ações que estão nas mãos do estado — ressalva, porém, que o aumento da dívida foi acompanhado por um crescimento da EDP e está hoje baseado em projetos sólidos. Neto diz que a Eletrobras poderá ajudar a empresa a aceder ao mercado financeiro.
Eletrobras quer os ativos de energia renovável
A Eletrobras, candidata à privatização de 21,35% da EDP, pretende adquirir participações minoritárias nos projetos eólicos da empresa portuguesa nos EUA, um de seus mercados prioritários e onde ocupa o terceiro lugar do ‘ranking’ do setor, rivalizando com os maiores operadores mundiais. O objetivo é facilitar o investimento em novos ativos e reduzir o nível de endividamento da EDP, atualmente na casa dos ¤16 bilhões — valor que o presidente da Eletrobras, José Carvalho Neto, diz que tem de ser reduzido “de forma gradativa” nos próximos anos.
O gestor brasileiro — que concedeu entrevista exclusiva ao Diário Económico na sexta-feira (9) após entregar a proposta de aquisição das ações que estão nas mãos do estado — ressalva, porém, que o aumento da dívida foi acompanhado por um crescimento da EDP e está hoje baseado em projetos sólidos. Neto diz que a Eletrobras poderá ajudar a empresa a aceder ao mercado financeiro.
O responsável pelo grupo brasileiro levanta ainda outras pontas do véu do projeto industrial traçado para a EDP, caso saia vencedor de uma corrida que conta com outros concorrentes de peso, como os alemães da E.ON, os chineses da Three Gorges Corporation, além da Cemig, outra empresa de energia brasileira. Uma das linhas estratégicas da proposta passa por concentrar nas mãos da EDP todo o negócio na área das energia renovável (eólica, solar e ondas).
Em contrapartida, a Eletrobras reservaria para si a produção hidrelétrica, além de ampliar sua posição na distribuição de energia no Brasil. Posicionando-se como parceiro complementar e preferencial da EDP, que já no passado tinha mostrado interesse em deter uma participação minoritária no grupo português até aos 10%, a Eletrobras está apostando em usar a EDP para se internacionalizar. “Queremos crescer 2 mil megawatts a 5 mil megawatts em energia eólica, via EDP”, afirma Neto.
Concentrada apenas no mercado brasileiro, a Eletrobras analisa um portfólio de projetos em países da América do Sul e Central, bem como da África (Angola e Moçambique). Neto deixa ainda claro que “a filosofia básica é manter e ampliar a EDP. Não faz sentido dividir a empresa ou vender ativos. Não temos interesse em nos fundir com a EDP. Queremos uma parceria de longo prazo”. E está é justamente uma das questões sensíveis ao governo português, que exige que o comprador fique por pelo menos quatro anos com o ativos para impedir uma divisão da empresa.
Em contrapartida, a Eletrobras reservaria para si a produção hidrelétrica, além de ampliar sua posição na distribuição de energia no Brasil. Posicionando-se como parceiro complementar e preferencial da EDP, que já no passado tinha mostrado interesse em deter uma participação minoritária no grupo português até aos 10%, a Eletrobras está apostando em usar a EDP para se internacionalizar. “Queremos crescer 2 mil megawatts a 5 mil megawatts em energia eólica, via EDP”, afirma Neto.
Concentrada apenas no mercado brasileiro, a Eletrobras analisa um portfólio de projetos em países da América do Sul e Central, bem como da África (Angola e Moçambique). Neto deixa ainda claro que “a filosofia básica é manter e ampliar a EDP. Não faz sentido dividir a empresa ou vender ativos. Não temos interesse em nos fundir com a EDP. Queremos uma parceria de longo prazo”. E está é justamente uma das questões sensíveis ao governo português, que exige que o comprador fique por pelo menos quatro anos com o ativos para impedir uma divisão da empresa.
Elogiando os resultados obtidos em várias áreas pela equipe da EDP presidida por António Mexia e da Energias do Brasil, o Neto chegou a afirmar que empresa tem gestão moderna e que "o modelo de governança é adequado". " Visto de fora, a empresa é bem gerida, apresenta resultados, de razoáveis para excelente, e é uma companhia que lidera o índice de sustentabilidade da Dow Jones", enfatiza. O comprador da EDP vai contar com 25% dos votos. A operação de venda dos 21,35% do capital tem um valor mínimo de licitação na ordem dos ¤ 2,2 bilhões e José Carvalho Neto preferiu não revelar o valor da sua oferta.(Brasil Econômico)
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