quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Terceiro ciclo tarifário preocupa o grupo Endesa no Brasil

As novas regras estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o terceiro ciclo de revisão tarifária ainda são assuntos presentes nos eventos do setor elétrico. Na última terça-feira, (28/11), o presidente do conselho de administração da Endesa Brasil, Mário Fernando de Melo Santos, declarou que, através da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), as distribuidoras do Nordeste estão se articulando judicialmente contra a retirada de incentivos fiscais.

“Nós estamos muito preocupados com a retirada dos incentivos fiscais e estamos analisando fortemente a legalidade do ato. É algo estabelecido por lei, que não cabe às atribuições legais da Aneel”. Uma análise jurídica está sendo feita pelas distribuidoras via Abradee, para ver se primeiro será impetrado um recurso administrativo ou uma ação jurídica.

Outro problema citado pela empresa espanhola foi a queda, de 9,95% para 7,5%, da taxa de remuneração para o capital investido pelas empresas, o chamado WACC. De qualquer forma, Santos diz que a Endesa Brasil irá conviver com a decisão, continuar a sua busca pela eficiência energética e a melhoria de suas distribuidoras, Ampla e Coelce.

E o grupo, que também tem olhado para grandes projetos de geração hidrelétrica, não deverá participar do leilão A-5, marcado para 20 de dezembro deste ano - e nem mesmo do A-3, em 2012. santos ainda afirma que, de qualquer jeito, não há uma definição sobre os projetos hidrelétricos farão parte do certame deste ano.

Assim, através do grupo de que faz parte mundialmente, a Enel Green Power, a Endesa Brasil tem estudado projetos eólicos e também de energia solar para o Brasil. De acordo com o presidente do conselho, o Brasil tem apresentado uma carteira de projetos mais competitivos que os outros países para investimento do grupo. Além disso, Santos afirma que a Endesa tem traços de permanência e de consolidação no País. Sempre em busca de bons projetos para agregar ao seu portfólio.

Outro ponto conversado com o presidente do conselho da Endesa foi a cidade inteligente, que está sendo desenvolvida em Búzios (RJ), através da Ampla, sua concessionária na região. Serão utilizados ali 10 mil medidores inteligentes, que deverão ser ajudar a reduzir entre 50% e 70% o índice de perdas da companhia, que hoje está em 17,59%.

O projeto, que ainda estima a redução de 50% nos índices de desligamentos da Ampla, que atinge DEC e FEC, respectivamente, de 19,27 e 7,35, será usado como laboratório para ver de que forma o grupo irá expandir o assunto dentro de suas companhias. Sobre o tema, Santos declara que “mudará a face da distribuição, bem como sua forma técnica e negocial. As smart grids são a bola da vez”. (Jornal da Energia)


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