sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Estudo defende renovação dos contratos das usinas hidrelétricas

As tarifas cobradas pela energia no Brasil são caras não apenas em função da alta carga tributária, mas, principalmente, pela falta de regulação do setor. A partir dessa premissa, o especialista em energia do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), Roberto Pereira d"Araújo, desenvolveu um estudo onde defende que os contratos de concessão das usinas hidrelétricas, que terminam até 2015, sejam renovados. D"Araújo foi homenageado pelo Clube de Engenharia, que o elegeu como engenheiro do ano.

Segundo o professor, existem poucos sistemas no mundo parecidos com o do Brasil. "O mais parecido é a província de Quebec, [no Canadá]", afirmou. "E nós fazemos uma tarifa que é três vezes maior."

D"Araújo acredita que o setor precisa fazer, de imediato, uma abertura das contas do mercado livre de energia. "Você não sabe quem está comprando de quem, por quanto e qual o prazo", disse. Segundo ele, o mercado brasileiro é mantido pelo mercado cativo, mas 28% do consumo total de energia elétrica no Brasil é feito no mercado livre. "É um mercado onde o paradigma de preço não é definido entre compradores e vendedores, o paradigma de preços é definido pelo operador do sistema, que nada tem a ver com o ponto de vista comercial", explicou.

D"Araújo também citou outras causas que justificam as altas tarifas cobradas no país, como a indexação para parcelas dos contratos de concessão, o aumento tarifário em função do racionamento sofrido no passado e o não reconhecimento de ganhos de escala para o consumidor. (Valor Econômico)


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