quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Eletrobras e Cemig estão fora da EDP

A administração da EDP recomenda a venda da participação do Estado na empresa à alemã E.ON ou à chinesa Three Gorges, excluindo a Cemig e a Eletrobras, segundo apurou o Diário Económico junto de fontes ligadas ao processo. A decisão foi tomada ontem pela comissão executiva da companhia e pelo Conselho Geral e de Supervisão, que consideraram que as propostas da E.ON e da Three Gorges são as mais favoráveis.

O Conselho Geral e de Supervisão, onde têm assento os principais acionistas da EDP, vai agora transmitir a posição da empresa à acionista Parpública, que por sua vez vai comunicar o seu parecer ao Governo. As fontes ouvidas pelo Diário Económico consideram que, embora o parecer do CGS não seja vinculativo, é pouco provável que o governo portuguêsnão o leve em conta nas negociações finais para a venda da participação de 21,4% do Estado.

A Three Gorges Corporation oferece ¤ 2,7 bilhões pelos 21,35% que o Estado colocou à venda, mais um suporte financeiro à EDP de ¤ 4 bilhões que permitirá aliviar a dívida de ¤ 16,5 bilhões nos próximos anos. A estatal portuguesa vai precisar, até 2015, de cerca de ¤ 2,6 bilhões por ano para pagar a sua dívida, um total de ¤10,8 bilhões. Ao pacote agregam um plano industrial de ¤ 2 bilhões.

Tudo somado são ¤ 8,69 bilhões, o dobro do proposto pela E.ON, que não estabeleceu compromisso em termos financeiros, contando apenas com uma promessa de ¤ 2 bilhões.

Com um preço de 2,5 bilhões, o grupo alemão aposta no seu plano de negócios para a EDP e na estabilidade da empresa, tendo recusado uma aliança com a Iberdrola, o maior acionista privado da empresa portuguesa, com 6,79%. Este foi, aliás, o calcanhar de Aquiles da Eletrobras, que acabou excluída pelo conselho geral e de supervisão da EDP. A proposta do grupo implica em um controle superior aos 21,35% que o Estado se propõe vender.

Além de se associar aos espanhóis da Iberdrola, a Eletrobras pretenderia incorporar os 4,14% que se encontram ainda nas mãos do Estado, por meio de uma emissão de obrigações convertíveis em ações, cujo prazo de permuta se inicia em dezembro de 2013. Este cenário ficou facilitado depois do Governo ter admitido elevar os direitos de voto dos atuais 20% para 25%. A oferta chinesa é, de acordo com várias fontes do Diário Económico, é a que garante mais folego à EDP em termos financeiros e de independência de gestão. (Brasil Econômico)

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