domingo, 13 de novembro de 2011

Eletrobras prevê cenário mais amargo para distribuidoras após terceiro ciclo de revisão tarifária

A aprovação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) das regras do terceiro ciclo de revisão tarifária, que vão apertar as distribuidoras com taxas de retorno menores e mais rigor sobre os índices de qualidade e perdas de energia, deve piorar o cenário para a Eletrobras. A estatal possui cinco concessionárias - que atuam nos Estados do Amazonas, Alagoas, Piauí, Rondônia e Roraima e que acumulam prejuízos de R$836 milhões entre janeiro e setembro deste ano. As empresas também apresentam altos índices de perdas de energia e interrupções no fornecimento.

Segundo o diretor de Relações com Investidores da estatal, Armando Casado, "o terceiro ciclo já vem mais amargo" para as companhias. "(A nova metodologia) foi objeto, ontem, de uma reunião grande sobre esse assunto, para a gente contemplar um processo necessário de melhoria nas distribuidoras", revelou o executivo na última sexta-feira (11/11), durante teleconferência de apresentação de resultados da Eletrobras.

Entre as subsidiárias de distribuição, a Amazonas Energia é a que apresenta, disparado, o pior panorama, com perdas de R$618 milhões neste ano. Casado destacou que houve "uma pequena melhora" em relação aos ultimos dois trimestres. Nos últimos três meses, por exemplo, o prejuízo registrado foi reduzido em 28,6%. "Não é de uma hora para outra que a empresa, que tem uma perda de energia de 42%, vai sair para 20%", ressaltou.

O diretor lembrou que a estatal deve anunciar em breve um plano de negócios que incluirá uma série de ações efetivas para recuperar a área. "Até lá já teremos disponíveis recursos do Banco Mundial para fazer melhorias técnicas", garantiu Casado. Ele também lembrou que foi anunciada recentemente a criação dos cargos de diretores operativos para as concessionárias, que vão apoiar e implementar o plano de ação para salvar as empresas. Ainda assim, Casado admitiu que a tarefa não é nada fácil. "Houve uma pequena melhora, embora a gente ainda tenha um caminho muito grande para resolver os problemas que a gente tem com as distribuidoras".

EDP - O executivo da Eletrobras também foi questionado sobre a proposta que a estatal apresentou para a compra de uma parcela na EDP Portugal. Segundo ele, há um acordo de confidencialidade, o que não permite que sejam abertos números e detalhes. Ainda assim, ele garantiu que um dos diferenciais é que a empresa tem "um financiamento de longo prazo, de longuíssimo prazo" para assegurar a aquisição. (Jornal da Energia)


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