sábado, 22 de outubro de 2011

Mercado livre quer ao menos 27% da energia de concessões

Os consumidores livres de energia querem garantir que terão direito de contratar pelo menos 27% da energia amortizada das concessões de geração de energia que vencem a partir de 2015, segundo o diretor-executivo da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Lúcio Reis. "Entendemos que pelo menos 27% de toda energia amortizada teria que vir para o mercado livre", disse.

Esse porcentual é referente à participação dos consumidores livres no total do mercado de energia brasileiro. Diante da indefinição sobre as concessões do setor elétrico vincendas em 2015, há incerteza no mercado sobre a oferta de contratos de energia futuros e o percentual que ficará destinado ao mercado livre.

"A principal preocupação é que com a renovação das concessões haja um impedimento do vendedor em escolher para quem quer vender energia", disse o presidente da consultoria Andrade & Canellas, João Carlos de Oliveira Mello. "Vendas futuras estão constrangidas por essa incerteza. Existem contratos que estão vencendo e o mercado livre é um mercado que está crescendo", afirmou Mello.

Cerca de 17 mil MW médios de energia ficariam disponíveis para contração em todo o mercado já considerando os contratos que começam a vencer em 2012. A incerteza em relação ao futuro dessa energia ainda não chega a influenciar diretamente o comportamento do consumidor livre nas negociações, atualmente, segundo o presidente da gestora independente de energia Comerc, Cristopher Vlavianos. "Existe uma liquidez contratual que dá um conforto para o consumidor não ficar preocupado em fazer contrato de longo prazo", disse.

Amortização - Uma das principais preocupações do mercado livre é que o governo considere que os consumidores livres também colaboraram para amortização dos investimentos nas usinas que têm concessões a vencer.

Como grande parte dos investimentos realizados na construção dessas usinas já foi amortizada, o entendimento é que o novo preço a ser pago pela energia em contratos futuros teria que ser menor. Caso o consumidor livre saia em desvantagem em relação ao cativo na obtenção dos benefícios de amortização no preço da energia, não há tempo para que ele retorne ao mercado regulado, destaca o presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa. De acordo com a regulação, o consumidor livre deve formalizar o retorno ao mercado cativo com antecedência de cinco anos. "Em tese, nós já perdemos o bonde", disse Pedrosa. (Portal Terra)
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