A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) comemorou o resultado do leilão público para a construção e a operação de linhas de transmissão e de subestações distribuídas em várias regiões do país. O evento foi realizado na sede da BM&FBovespa, em São Paulo. No leilão, o governo obteve deságio global de 22,7% em relação à receita máxima arbitrada pela Aneel para as empresas que desejavam disputar os 12 lotes com os empreendimentos. A Aneel havia definido, antes do leilão, faturamento teto para esse bloco de projetos no valor de R$ 341,2 milhões. Após o leilão, o conjunto desses empreendimentos teve a receita reduzida para R$ 263,6 milhões.
Para Nelson Hubner, diretor-geral da Aneel, esse resultado reafirma o correto modelo para os leilões que foi adotado pelo Brasil. De acordo com ele, o modelo brasileiro está, até, sendo "exportado" para outros países. Os lotes foram disputados por 16 empresas, distribuídas em seis consórcios diferentes. O governo colocou no certame um total de 2.077 quilômetros de linhas de transmissão e mais 13 subestações de energia.
Hubner afirmou que o deságio poderia ter sido maior se houvesse disputa no lote A, que reunia duas linhas de transmissão que, juntas, têm mais de 700 quilômetros de extensão e cruzam longos trechos em regiões remotas da floresta amazônica, no norte do país. Esse lote foi arrematado pelo valor máximo de R$ 121 milhões, ofertado pelo consórcio formado por Boa Vista, Alupar e Eletronorte.
PREÇO ALTO
Há duas semanas, o próprio Hubner afirmou em entrevista à Folha que o governo estava de maneira "proposital" elevando os valores dos projetos postos em leilão a fim de estimular a participação de grupo privados. Na avaliação do diretor-geral da Aneel, o formato adotado pelo setor elétrico nacional tem atraído concorrentes para os certames, o que permite competição entre interessados e força a redução do custo para os consumidores finais.
Os valores obtidos em leilões de linhas de transmissão ou de usinas hidrelétricas são incorporados ao custo do setor elétrico brasileiro, o que é rateado todos os anos pelos consumidores do país. Essa despesa é paga na conta de luz. Apesar da base de geração predominantemente hidrelétrica e de apurar deságios até expressivos nos últimos leilões, a tarifa de energia no Brasil continua a ser uma das mais caras do mundo. Resultado, justifica o governo, de vários encargos e tributos jogados sobre o valor do consumo de eletricidade no Brasil. O megawatt/hora pago pelos consumidores residenciais no Brasil varia entre R$ 350 a R$ 400. (Folha de S. Paulo)
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