Em mais um sinal de desaceleração da economia, o consumo de energia do Brasil será menor do que se previa neste ano. O crescimento foi revisado para baixo pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), de 5% para 3,9%. No ano passado, quando o PIB (Produto Interno Bruto) subiu 7,5%, a demanda de energia aumentou 8,3%. "É o efeito das incertezas internacionais que já provocam desaceleração do consumo", afirma o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp.
A projeção é que a partir de 2012 seja retomado o crescimento nos patamares de 5% ao ano, de acordo com o órgão responsável pelo planejamento energético. O aumento do consumo de energia também foi revisado para baixo pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética).
A estatal havia previsto alta de 5,4% na demanda de eletricidade no país em 2011, mas, agora, a expectativa é de incremento de só 3,6%. Diferentemente do ONS, os cálculos da EPE levam em conta apenas o consumo final, enquanto o ONS mede a carga total (o que é gerado nas usinas, que inclui as perdas com transmissão). A demanda de energia pela indústria subiu apenas 3% nos primeiros seis meses deste ano, segundo a EPE, período ainda anterior ao auge da crise internacional.
SOBRAS DE ENERGIA - Chipp diz que, com a desaceleração do consumo de eletricidade, haverá uma folga ainda maior na oferta de energia no país. "Estamos nadando em sobras", afirmou, bastante otimista. Para 2015, o ONS prevê abundância de 5.000 megawatts médios. Esse volume equivale a toda a energia assegurada (que pode ser vendida) pela hidrelétrica de Belo Monte, a terceira maior do mundo, atrás apenas da usina chinesa de Três Gargantas e de Itaipu. O cálculo considera crescimento de 5% ao ano no PIB no período a partir do próximo ano -em média, 1% de elevação do PIB corresponde a 1% de aumento no consumo de energia elétrica.
TARIFA MAIS BARATA - Segundo o diretor do ONS, os reservatórios das hidrelétricas do país estão no maior nível dos últimos dez anos. Por conta disso, os brasileiros deverão pagar menos para garantir o abastecimento de energia, já que menos usinas termelétricas deverão ser ligadas. A energia gerada nessas usinas é mais cara que a das hidrelétricas.
No ano passado, o custo com o despacho das térmicas para preservar os reservatórios foi de R$ 670 milhões, o que representa 0,1 ponto percentual a mais na tarifa. "No cenário pessimista, se tivermos de ligar alguma térmica, o custo não será maior que R$ 200 milhões." (Folha de S. Paulo)
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