segunda-feira, 6 de junho de 2011

EPE reduz previsão de alta do consumo elétrico até 2020

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) reduziu as projeções de crescimento de demanda na década. No Plano Decenal para o período 2011 a 2020, a EPE espera agora um crescimento anual de 4,7% no consumo de energia elétrica no País. A projeção anterior previa um crescimento de 5,4 % ao ano.

Segundo o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, um conjunto de fatores provocaram esta revisão. "Houve mudança de hábitos, um maior ganho com eficiência energética", disse, lembrando que a revisão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no período também influenciou os números. A expectativa é de que em 2020, o consumo no País atinja 659,1 TWh (terawatts-hora), ante 441,4 TWh em 2011.

Na classe residencial, a variação anual deverá ser de 4,5%, passando de 112,7 TWh para 166,9 TWh. No segmento industrial, a expectativa é passar de 193,4 TWh para 283,7 TWh, crescimento de 4,7% ao ano. Na área comercial, haverá o maior crescimento anual, de 6%, passando de 74,1 TWh para 123,8 TWh. Outros segmentos passarão de 61,2 TWh para 84,7 TWh, 3,6% ao ano.

A EPE espera ganhos de eficiência energética em todos os segmentos, mas a classe industrial deverá representar 61,4% no total de energia que será economizada no período. Segundo a EPE, o total de ganhos com eficiência energética no período deve chegar a 7 mil MW, volume equivalente ao que deverá ser gerado pelas usinas do complexo do Rio Madeira.

Consumo de gás natural cresce 8,2% em abril

Apesar da queda na demanda das termelétricas, o consumo de gás natural no Brasil apresentou forte crescimento em abril de 2011 frente à igual mês de 2010, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). No período em questão, as vendas das concessionárias cresceram 8,2%, de 40,151 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) para 43,453 milhões de m³/d. Excluindo as termelétricas, a expansão do consumo dos demais segmentos foi de 11,8%, passando de 36,107 milhões de m³/d para 40,370 milhões de m³/d.

Segundo os dados da Abegás, destaque para o expressivo crescimento de 13,3% no consumo industrial no período, de 25,624 milhões de m³/d para 29,036 milhões de m³/d. Outro mercado ligado ao segmento industrial que apresentou forte demanda foi o de cogeração, com uma alta de 12,3% no consumo, de 2,743 milhões de m³/d para 3,083 milhões de m³/d. Entretanto, o uso do gás como matéria-prima recuou 15,2% no intervalo de comparação, para 594,6 mil m³/d.

Nos mercados de pequenos volumes, as distribuidoras registraram um aumento de 11,3% nas vendas de gás para o setor residencial entre abril de 2011 e igual mês de 2010, para 860,7 mil m³/d. A demanda da classe comercial também cresceu 9,02% no período, para 652,1 mil m³/d. A exemplo dos últimos meses, as concessionárias registraram queda na comercialização do gás natural veicular (GNV). Desta vez, a redução foi de 2,45%, para 5,277 milhões de m³/d.

A entidade também divulgou uma diminuição de 6,47% do consumo de gás pelas termelétricas no período, de 4,044 milhões de m³/d para 3,782 milhões de m³/d. A queda no volume reflete a excelente situação dos reservatórios das hidrelétricas brasileiras, sobretudo no Sudeste, onde os níveis de armazenamento das usinas são os mais elevados dos últimos anos. Com água de sobra nos reservatórios, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reduz a utilização das térmicas, cujo preço da energia é mais caro, para garantir a segurança energética do País.

No ranking estadual das concessionárias, o estado de São Paulo segue na liderança, com um volume de vendas de 15,385 milhões de m³/d em abril de 2011. As empresas do Rio de Janeiro seguem em segundo lugar, com 9,158 milhões de m³/d, seguidas pela Bahia (3,812 milhões de m³/d), pelo Espírito Santo (3,110 milhões de m³/d) e Minas Gerais (2,918 milhões de m³/d).

Na comparação entre março de 2011 e abril do mesmo ano, as vendas totais de gás recuaram 3,21%. Excluída a demanda das termelétricas, o consumo das demais classes (comércio, GNV, residências, indústrias, cogeração e outros) cresceu 2,6% nesse intervalo. (Agência Estado)