terça-feira, 7 de junho de 2011

Duração de apagões aumentou nos últimos dois anos, informa Aneel

BRASÍLIA. Se o Brasil fosse uma única unidade consumidora, teria ficado sem luz mais de uma dezena de vezes e teria passado quase um dia às escuras nos últimos dois anos. Um levantamento a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgado ontem mostra que os períodos médios nos quais a população ficou sem luz em 2010 - 18 horas e 24 minutos - e 2009 - 18 horas e 42 minutos - foram maiores que na época do racionamento, em 2000 e 2001.

Em 2000, foram 17 horas, 26 minutos e 4 segundos sem luz. No ano seguinte, 16 horas, 34 minutos e 2 segundos. O último biênio foi marcado por vários blecautes no Brasil. Em 11 de novembro de 2009, 18 estados ficaram sem eletricidade por até cinco horas. Em 11 de fevereiro de 2010, faltou energia no Nordeste e em parte do Norte. Mas são os eventos menores, localizados, que mais contribuíram para o indicador da Aneel.

Por outro lado, o número de vezes nas quais o país ficou sem energia nos dois últimos anos foi menor. No ano passado, faltou luz no país 11,35 vezes, enquanto em 2009 a média foi 11,72. Desde 2006, a quantidade média de interrupções tem se mantido em pouco mais de 11. Em 2000, o índice foi 15,29; em 2001, 14,56.

No ano passado, 94.899.386 consumidores de todo o país receberam um montante de R$ 360,2 milhões como compensação por problemas de falta de energia. No Rio, 4.060.639 clientes da Light ganharam R$ 15,2 milhões, enquanto 5.948.923 usuários da Ampla foram indenizados em R$ 30,9 milhões.

O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, disse que, nos últimos dois anos, ocorreram fenômenos climáticos que afetaram os serviços das empresas. Ele destacou as enchentes em Pernambuco e Alagoas e as chuvas em Santa Catarina, em São Paulo e no Rio.

- O que nós estamos observando é que estes fenômenos estão cada vez mais frequentes e intensos - argumentou Leite, acrescentando que, desde 2004, foram adicionados ao sistema 13 milhões de consumidores, o que exigiu a construção de redes principalmente em áreas rurais, que seriam mais expostas às mudanças climáticas. (O Globo)

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