O momento é extremamente favorável para o crescimento da oferta de energias renováveis no Brasil. "Agora é a hora delas, especialmente a eólica, a produzida a partir da biomassa e as PCHs, pequenas centrais hidrelétricas com potência instalada superior a 1 MWe igual ou inferior a 30 MW", comenta João CarlosMello, presidente da empresa de consultoria energética Andrade & Canellas. O consultor argumenta que além de o país dispor de todas as fontes necessárias para gerar energia limpa, "os preços dessas energias amigáveis estão caindo, o que torna esse segmento mais competitivo, enquanto os preços das energias tradicionais estão crescendo a olhos vistos".
Na avaliação de Mello, os cenáriosquese a vizinham apontam principalmente na direção de contínua queda de preço. É o que já se observa na energia eólica, que nos leilões realizados entre 2009 e 2010 viu seus preços médios caírem de R$ 148 por MWh para até R$ 123 o MWh, respectivamente.
Essa mesma tendência é verificada tanto nas energias a partir de biomassa como naquela gerada pelas PCHs, que na opinião do consultor já está consolidada no Brasil. Quanto à energia solar, João Carlos de Mello e Luiz Fernando Leone Vianna, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine) concordamque além de não ser competitiva, "a energia solar está restrita a localidades isoladas, para atendimento a pequenas comunidades, também nessa fonte várias pesquisas estão sendo feitas e muita evolução ainda deve ocorrer", acredita Vianna.
De acordo com o presidente da Apine, a bioeletricidade constitui uma janela deoportunidades, poisocustodecogeriréode comprar caldeiras mais eficientes. Nessa área,eleentendequeodestaqueéabiomassa, que além da tradicional cana de açúcar, surge também o capim elefante, que apresenta crescimento expressivo. "Em quatro meses, a plantação atinge o ponto ideal, o que possibilita três safras anuais". A energia do lixo, acrescenta, começa a despontar como viável e algumas fábricas já se encontram em operação e em implantação no país.
Quanto ao futuro, "algumas fontes ainda estão em desenvolvimento e possuem alto custo, podendo vir a se constituir no futuro vetores importantes de geração de energia elétrica".Comoexemplos, ele cita a marémotriz, que é geração de eletricidade através da utilização da energia contida no movimento de massas de água devido às marés; a célula combustível, que é uma célula eletroquímica, basicamente uma bateria em que é consumido um combustível e é liberada energia, os reagentes típicos são o hidrogênio e o oxigênio; e as correntes marítimas e fluviais, que retira energia das correntes marítimas e fluviais e que precisa ser várias vezes menor que um sistema de energia eólica para gerar a mesma quantidade de energia. (Brasil Econômico)