A nova administração da poderosa estatal federal de energia elétrica quer dar uma guinada na forma de condução de seus negócios, a começar pelos critérios que vão definir futuras parcerias em diferentes leilões. O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, que assumiu o comando da empresa há cerca de três meses, diz que as premissas de associação serão mais objetivas e que os retornos dos investimentos precisam ser privilegiados para alterar a rentabilidade da companhia, hoje em torno de 3% sobre seu patrimônio e com meta de chegar a 10%.
Se engana quem pensa que essa nova conduta está em um tempo futuro e que vai se limitar a definição de pequenas parcerias. No fim de março, os novos critérios foram decisivos para que a estatal desistisse, às vésperas do leilão de energia no Peru, de participar da disputa com uma tradicional parceira, a Odebrecht. Carvalho Neto explica que a decisão foi tomada porque a Eletrobras avaliou que poderia não obter retorno suficiente para cobrir seu custo de capital. "Acreditamos que a Odebrecht foi otimista demais na previsão que fez de venda da energia no mercado à vista", disse o presidente da Eletrobras.
A estatal vive sob forte pressão depois que, nos últimos anos, entrou em diversas hidrelétricas, que estão em fase de construção, e que podem ter seus retornos comprometidos. A empresa é sócia da GDF Suez em Jirau, que está em negociação para o pagamento de um adicional de construção de mais de R$ 1 bilhão que vai elevar o investimento a R$ 13 bilhões. Além disso, a usina não vai entrar em operação com a antecipação prevista.
Em Belo Monte, onde a Eletrobras e suas controladas tem quase 50% do empreendimento, já se passou mais de um ano desde o leilão e a licença ambiental para início das obras ainda está pendente. A usina de Teles Pires, em que a controlada Furnas foi vitoriosa em sociedade com a Neoenergia, a tarifa que entrou para a história como a mais baixa em todos os leilões já realizados, de R$ 58,36, ainda está para mostrar que é capaz de remunerar os investimentos.
Na usina hidrelétrica de Chaglla, onde a Eletrobras não quis aportar seus investimentos, a Odebrecht garante que os retornos serão na casa dos dois dígitos acima do dólar. A empresa vai investir cerca de US$ 1 bilhão para construir a hidrelétrica que terá pouco mais de 400 MW de capacidade. No leilão, a empresa vendeu 284 MW, por quinze anos, que serão remunerados a US$ 46 o MWh. Mas no Peru, o mercado de energia difere do brasileiro. A potência da usina, por exemplo, também é remunerada e no caso de Chaglla o preço a ser considerado na receita é de US$ 55,52 o MWh. O vice-presidente financeiro da Odebrecht Energia, Marco Rabello, lembra ainda que a concessão, diferente do Brasil, é perpétua.
A Odebrecht Energia manteve a participação no leilão, mesmo sem a Eletrobras. A empresa já tinha a concessão e portanto a obrigação de construir a usina. De qualquer forma, além de investidora, a Odebrecht vai usar sua subsidiária de construção no país para a obra. O presidente da Eletrobras garante que não via problema no fato de a mesma empresa ser investidora e construtora do empreendimento.
Mas em novos leilões, esse será um critério a ser avaliado. A Eletrobras está realizando chamada pública de potenciais sócios para o leilão de eólicas que acontece em julho e o presidente da estatal diz que aqueles que levarem projetos que tenham serviços contratados com os próprios sócios perdem pontos nos critérios de avaliação. A empresa vai exigir ainda governança em cada fase da execução do empreendimento e o retorno mínimo em função do custo de capital. Planos de negócios claros também terão que ser apresentados. (Valor Econômico)
Se engana quem pensa que essa nova conduta está em um tempo futuro e que vai se limitar a definição de pequenas parcerias. No fim de março, os novos critérios foram decisivos para que a estatal desistisse, às vésperas do leilão de energia no Peru, de participar da disputa com uma tradicional parceira, a Odebrecht. Carvalho Neto explica que a decisão foi tomada porque a Eletrobras avaliou que poderia não obter retorno suficiente para cobrir seu custo de capital. "Acreditamos que a Odebrecht foi otimista demais na previsão que fez de venda da energia no mercado à vista", disse o presidente da Eletrobras.
A estatal vive sob forte pressão depois que, nos últimos anos, entrou em diversas hidrelétricas, que estão em fase de construção, e que podem ter seus retornos comprometidos. A empresa é sócia da GDF Suez em Jirau, que está em negociação para o pagamento de um adicional de construção de mais de R$ 1 bilhão que vai elevar o investimento a R$ 13 bilhões. Além disso, a usina não vai entrar em operação com a antecipação prevista.
Em Belo Monte, onde a Eletrobras e suas controladas tem quase 50% do empreendimento, já se passou mais de um ano desde o leilão e a licença ambiental para início das obras ainda está pendente. A usina de Teles Pires, em que a controlada Furnas foi vitoriosa em sociedade com a Neoenergia, a tarifa que entrou para a história como a mais baixa em todos os leilões já realizados, de R$ 58,36, ainda está para mostrar que é capaz de remunerar os investimentos.
Na usina hidrelétrica de Chaglla, onde a Eletrobras não quis aportar seus investimentos, a Odebrecht garante que os retornos serão na casa dos dois dígitos acima do dólar. A empresa vai investir cerca de US$ 1 bilhão para construir a hidrelétrica que terá pouco mais de 400 MW de capacidade. No leilão, a empresa vendeu 284 MW, por quinze anos, que serão remunerados a US$ 46 o MWh. Mas no Peru, o mercado de energia difere do brasileiro. A potência da usina, por exemplo, também é remunerada e no caso de Chaglla o preço a ser considerado na receita é de US$ 55,52 o MWh. O vice-presidente financeiro da Odebrecht Energia, Marco Rabello, lembra ainda que a concessão, diferente do Brasil, é perpétua.
A Odebrecht Energia manteve a participação no leilão, mesmo sem a Eletrobras. A empresa já tinha a concessão e portanto a obrigação de construir a usina. De qualquer forma, além de investidora, a Odebrecht vai usar sua subsidiária de construção no país para a obra. O presidente da Eletrobras garante que não via problema no fato de a mesma empresa ser investidora e construtora do empreendimento.
Mas em novos leilões, esse será um critério a ser avaliado. A Eletrobras está realizando chamada pública de potenciais sócios para o leilão de eólicas que acontece em julho e o presidente da estatal diz que aqueles que levarem projetos que tenham serviços contratados com os próprios sócios perdem pontos nos critérios de avaliação. A empresa vai exigir ainda governança em cada fase da execução do empreendimento e o retorno mínimo em função do custo de capital. Planos de negócios claros também terão que ser apresentados. (Valor Econômico)
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