Itaipu, Cemig, Celesc, Copel e SCGás desenvolvem projetos que, além de reduzir a emissão de poluentes, garantem preços menores
Com recurso modesto e matéria- prima abundante a geração de energia a partir do biogás está se tornando uma opção de investimento para as empresas do setor elétrico. Maior geradora de energia da América Latina, a partir de fonte hidráulica, Itaipu avança em energias renováveis com o Condomínio de Agroenergia, projeto com 34 biodigestores instalados e 13 quilômetros de gasoduto (outros 11 quilômetros estão sendo construídos) ligados a uma microcentraltermelétrica. Dentro de 30 dias, a binacional irá implementarum posto de fornecimento de biogás automotivo no complexo localizado em Marechal Cândido Rondon (PR). O condomínio produz hoje pouco mais de mil metros cúbicos de biogás por dia, destes 20% serão destinados ao posto de abastecimento. Além do fim combustível, o biogás é utilizado para geração de energia elétrica e térmica.
De acordo com o superintendentede energias renováveis de Itaipu, Cícero Bley, a companhia começou a investir em projetos na área de biogás em 2008 e desde então já viabilizou oito projetos. "Cada um gera cerca de 1 megawatt (MW) que estão sendo vendidos para a Copel - Companhia Paranaense de Energia", diz. Já foram investidos nesses projetos US$ 5 milhões, recursos da própria Itaipu, da Financiadora de Estudose Projetos (Finep) e empresas e cooperativas parceiras.
A experiência de Itaipu é apenas um exemplo do interesse de grupos de energia no biogás. Em outra ponta da cadeia a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) iniciou este mês a comercialização da energia gerada a partir do lixo, fruto de uma parceria com o italiano Consórcio Horizonte Asja, grupo que controla a linha de produção. Conforme contrato, a Cemig receberá anualmente, até 2014, 4,9 MW médios, energia suficiente para abastecer, por exemplo, todo o município de Diamantina nessemesmo período.
O superintendente da Cemig na área de compra e venda de energia no atacado, Marcos Aurélio Alvarenga, destaca as vantagens na aquisição da energia gerada a partir do biogás. Além da redução na emissão de CO2, tanto o gerador quanto o cliente não pagam pelo custo e transmissão. "Umconsumidor cativo e que ao comprar essa energiamigra para o mercado livre tem desconto total de energia entre 10% e 12%", avalia.
As Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) também iniciará a comercialização de energia gerada a partir do gás. Em parceria com a Granja São Roque, que tem um plantel de 47 mil suínos, a empresa acrescentará 0,3 MW ao sistema elétrico a partir de junho. "O estado tem uma produção significativa de dejetos suínos equeremos formar Sociedades de Propósito Específico para investir em geração", afirma o diretor técnico da Celesc Geração, Michel Becker.
A exemplo da Copel, a Companhia estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul (CEEE) vai começar a receber energia produzida pela termelétrica BioTérmica Recreio, localizada no Município de Minas do Leão, que recebeu nesta semana autorização para se estabelecer como Produtor Independente de Energia Elétrica. A usina que será implementada até janeiro de 2013 pela empresa Biotérmica Energia terá capacidadeinstalada de 6,3 MW comutilização de biogás. A Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás), controlada da Celesc, também irá desenvolver umprojeto de biogás com a Sadia e a Biogastec do Brasil que usará dejetos suínos. (Brasil Econômico)