A Vale anunciou que fará um aporte de R$ 700 milhões na Hidrelétrica Belo Monte, valor que segundo a área financeira da companhia vai variar entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões. A mineradora estima que a obra vai custar R$ 25,8 bilhões, mas admite que esse preço ainda pode mudar, já que o projeto não está completo e existem ainda questões sendo estudadas, inclusive ambientais.
A Vale prevê investimento total de R$ 2,3 bilhões proporcionais aos 9% adquiridos da Gaia, do grupo Bertin. Do total, entre 70% e 75% serão financiados pelo BNDES e outros bancos. O diretor de energia da Vale, Almir Rezende, explicou que o desembolso para a Gaia foi apenas para cobrir despesas pré-operacionais e que não somam sequer R$ 5 milhões.
José Carlos Martins, diretor de estratégia, marketing e desenvolvimento de negócios da Vale, disse que a adesão ao consórcio tem algumas condicionantes precedentes, entre as quais o acordo de acionistas e a negociação em torno do preço futuro da energia. Essa parte da entrevista não ficou clara, mas a assessoria explicou que o diretor se referia aos 10% da geração que poderão ser destinados aos auto-produtores.
O executivo também negou que a motivação para a entrada no consórcio tenha sido política, considerando os enormes problemas financeiros do grupo Bertin, que poderiam comprometer todo o projeto de Belo Monte, maior hidrelétrica a ser construída no país. E lembrou que o negócio vem sendo estudado há um ano e meio.
"Analisamos profundamente esse projeto e ele está absolutamente dentro da estratégia da companhia de auto-geração. Em segundo lugar faz parte da nossa estratégia de limpar nossa matriz energética e, em terceiro, e mais importante, o projeto está dentro dos parâmetros de rentabilidade estabelecidos pelos nossos acionistas", garantiu Martins.
Com Belo Monte a Vale aumentará de 45% para 63% sua geração própria. No contrato firmado com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 70% da energia será vendida para o mercado cativo (formado por um pool de distribuidoras) por R$ 77,7 por megawatt (MW). Outros 10% poderão ficar com autoprodutores de energia e os 20% restantes serão oferecidos no mercado livre de energia. (Valor Econômico)
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