quinta-feira, 31 de março de 2011

Copel negocia com Neoenergia e promete destravar a UHE Baixo Iguaçu

A Copel promete ter a solução para destravar o projeto da hidrelétrica Baixo Iguaçu, prevista para ser instalada no rio de mesmo nome, no Paraná. A usina, com 350MW de potência, foi licitada no leilão de energia A-5 de 2008 e deveria, portanto, iniciar a operação em janeiro de 2012. Mas a Neoenergia, que arrematou a planta, não conseguiu sequer iniciar as obras.

Atualmente, a licença ambiental prévia do empreendimento está suspenda por decisão da Justiça Federal em Francisco Beltrão (PR), que atendeu ação movida pelo Ministério Público contra o Instituto Ambiental do Paraná, o Ibama, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Instituto Chico Mendes (ICMBio), a Neoenergia e a União.

A Copel, que disputou e perdeu para a Neoenergia o leilão da usina, voltou a demonstrar interesse pelo projeto em fevereiro deste ano. Na ocasião, o Jornal da Energia adiantou que a estatal paranaense acreditava ter "trunfos" para resolver as pendências ambientais que rondam a hidrelétrica.

Nesta quarta-feira (30/3), em teleconferência com investidores e analistas de mercado, o presidente da companhia, Lindolfo Zimmer, revelou mais detalhes sobre seus planos. "Já estamos em contato com a Neoenergia e existe um interesse e uma possibilidade de participação (da Copel) na construção. Estamos olhando com muito carinho", adiantou.

O executivo também lembrou que a derrota no certame da planta aconteceu em uma gestão anterior e que, na ocasião, a empresa "não foi feliz em considerar sua estratégia" para a concorrência. O presidente da Copel afirmou que, depois disso, a companhia continuou os estudos, principalmente devido ao fato de o rio Iguaçu ser considerado "histórico" no Paraná.
"A continuação dos estudos permitiu indicar possibilidades que não estava presentes no leilão. Temos uma condição de ajudar a desatar o nó ambiental que aconteceu depois do leilão. Teve uma prerrogativa em que pesa muito a participação do Estado do Paraná", adiantou o executivo. Zimmer ainda garante que a Copel também encontrou "possibilidade de otimização do empreendimento, o que possibilita melhoria da taxa de retorno". 

Como exemplo, o presidente citou a existência da hidrelétrica José Richard, da Copel, a apenas 15 quilômetros da UHE Baixo Iguaçu. "O que significa que não precisaríamos nem construir a sala de comando de Baixo Iguaçu. Podemos fazer o comando diretamente da José Richard, o que significa uma vantagem enorme nos custos de operação, manutenção e assim por diante", explicou. Zimmer ainda avaliou que a proximidade atmbém trará vantagens logísticas na construção, que teria a usina da Copel como base, reduzindo os custos.

"Esses seriam os pontos principais que foram colocados na mesa e estão sendo discutidos (com a Neoenergia). E acredito que venhamos a ter sucesso", previu Zimmer. Segundo informações da Neoenergia, o projeto está orçado em R$1,4 bilhão. (Jornal Energia)

Leia também:
* Governo descarta risco de apagão
* Pinga-Fogo Setor Elétrico: Light, Copel e Aneel* Cesp vê disposição do governo para resolver concessões de energia
* Reforços e melhorias terão R$ 257 milhões em investimentos