segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Pinga-Fogo Setor Elétrico: ONS, CCEE e Belo Monte

ONS faz reunião segunda-feira para esclarecer apagão no Nordeste
As causas da interrupção no fornecimento de energia elétrica em oito estados da Região Nordeste, na madrugada de sexta-feia (4/2), serão esclarecidas nesta segunda-feira (7/2) durante reunião de representantes da Aneel, MME e empresas distribuidoras de energia, sob a coordenação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O  diretor-geral do ONS Hermes Chipp, analisou que “muito provavelmente foi um problema no equipamento eletrônico de proteção que desligou uma linha [de transmissão], isolando a Região Nordeste do sistema interligado nacional”. De acordo com Chipp, quando foi enviado em seguida um sinal para religar a linha, mais cinco linhas caíram. A queda dessas cinco linhas de 500 quilowatts (500 mil volts) cada uma, que abastecem as capitais do Nordeste, foi uma defesa do sistema.

CCEE deverá reter parcela de receita fixa para oito UTEs
A Agência Nacional de Energia Elétrica determinou que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica deve promover na liquidação financeira deste mês a retenção da parcela de receita fixa referente aos contratos de energia de reserva de oito usinas termelétricas. As UTEs citadas pela Aneel são a BEN Bioenergia, a Decasa, a Cachoeira Dourada, a Companhia Bioenergética Brasileira, a Unidade de Bioenergia Água Emendada, a Unidade de Bioenergia Costa Rica, a Biopav II e Chapadão.

Aneel tem aplicado multas e retido a receita de usinas a biomassa, que venceram o leilão de energia de reserva de 2008, mas ainda não entraram em operação. As multas já passam de R$ 750 mil e a retenção de receita passa dos R$ 180 milhões desde janeiro de 2010. As usinas atribuem à falta de recursos financeiros e à dificuldade de conexão os atrasos.

Belo Monte vai custar R$25,8 bilhões
Belo Monte vai custar à Norte Energia, responsável por sua construção e futura operação, R$25,8 bilhões. O valor é 34% maior do que o orçamento elaborado para o projeto pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A diferença ainda leva em conta melhorias propostas pela Norte Energia em relação ao planejamento da EPE - a companhia vai reduzir de dois para um o número de canais a serem escavados, além de utilizar duas turbinas a menos na planta.

Do orçamento da usina, R$15,6 bilhões irão para as obras civis, enquanto R$4 bilhões serão utilizados para a aquisição de equipamentos nacionais; R$2 bilhões custearão projetos, engenharia e custos administrativos, enquanto R$2,4 bilhões serão destinados a investimentos socioambientais e R$1,2 bilhões para aquisições de terrenos, pagamentos de indenizações, seguros e outros usos.

Os valores constam de documento do BNDES, que recebeu da Norte Energia um pedido de financiamento no valor de R$19,5 bilhões, o equivalente a 75,6% dos gastos previstos para a obra. O banco já aprovou um empréstimo-ponte para o projeto, de R$1, 087 bilhão.

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