A falha na manutenção do sistema elétrico nacional é a principal responsável pelos três apagões que atingiram o país em pouco mais de um ano. A opinião é de especialistas em energia, que comentaram o corte no fornecimento ocorrido na última sexta-feira, que deixou oito Estados do Nordeste no escuro durante a madrugada.
“O sistema é bem projetado no papel, mas na prática não funciona por falhas na gestão e falta de recursos”, avaliou o professor titular do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP e ex-diretor da Petrobras, Ildo Sauer.
O doutor em Ciências Físicas e professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, José Goldemberg, também culpou a falta de manutenção pela pane e afirmou que esta também foi a razão do apagão de 2009, quando 18 Estados ficaram às escuras.
Sobre a declaração do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, de que o sistema elétrico brasileiro é o mais seguro do mundo, Goldemberg desabafa: “pelo amor de Deus, se fosse verdade não teria acontecido de novo. Claro que não é”.
Investimento
O professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, Célio Bermann, destaca que o blecaute deixa claro que houve um problema sério de manutenção. Ele afirmou que a nova falha na transmissão evidencia a fragilidade e a vulnerabilidade do sistema.
Bermann lembra ainda que o grau de investimento em manutenção e o modelo de gestão do sistema elétrico brasileiro é completamente desconhecido.
Sistema sem falhas deixaria energia mais cara, diz diretor do ONS
O diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema), Hermes Chipp, afirmou que a energia ficaria muito mais cara se o modelo brasileiro conseguisse manter a distribuição elétrica em casos de falhas em mais de uma linha de transmissão.
Ele destaca que o sistema segue os padrões internacionais, que orientam o uso de tecnologias que mantenham o fornecimento quando há problemas em um único ponto da rede.
Chipp reforça as declarações do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, de que o modelo brasileiro é moderno e destaca que não é possível eliminar todas as falhas do sistema. Ainda segundo o diretor-geral do ONS, a rede também não consegue evitar o efeito dominó entre os Estados. (Band)
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