Para muita gente, o mês de outubro vem acompanhado de um estresse extra: adiantar os relógios em uma hora. Os argumentos do governo giram em torno da economia de energia e redução da sobrecarga nas linhas de transmissão. Mas a ideia não agrada a quem precisa acordar mais cedo - às vezes antes de o sol nascer - para cumprir as tarefas do dia.
Neste ano, a medida entra em vigor no domingo, 17 de outubro, e termina em 20 de fevereiro. O horário de verão é válido para as regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
Na Câmara, tramitam três propostas que sugerem a proibição do horário de verão em todo o País. Uma delas é do deputado Valdir Colatto, do PMDB catarinense. Ele acredita que o horário é prejudicial ao país e questiona se efetivamente há alguma economia.
"Se alguém fizesse um estudo das vantagens e desvantagens, com certeza não levaria em conta essa balela de que há economia de energia e, sim, veria as outras consequências. Só na área da saúde, eu acho que o Brasil gasta muito mais com o que há de economia de energia, pelo fato de quebrar o biorritmo das pessoas."
Já o deputado Nelson Marquezelli, do PDT baiano, é favorável à adoção do horário de verão. Para ele, a economia gerada com o horário é representativa e ao adiantar os ponteiros em uma hora, é possível aproveitar melhor o período de sol.
“Sou favorável porque dá uma economia boa para o País e você aproveita mais o dia, a área solar. Isso é importante."
Marquezelli argumenta ainda que a mudança do horário não traz grandes prejuízos ao trabalhador
Também autor de proposta contrária ao horário, o deputado Mário de Oliveira, do PSC mineiro, argumenta que a mudança altera a rotina das pessoas e expõe trabalhadores e estudantes a assaltos. Além disso, a economia gerada não é representativa.
“Por essas razões eu sou contra o horário de verão. A não ser que houvesse ainda uma economia de 30% na energia elétrica do País e que pudesse suprir um estado com essa economia, um estado como Minas Gerais, por exemplo, como Goiás, mas não faz economia suficiente para suprir outras necessidades de outros estados do Brasil.”
De acordo com secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), Ildo Grüdtner, o objetivo do horário de verão é reduzir a demanda por energia nos horários que geralmente são de maior consumo, geralmente entre 18h e 21h.
“Se a gente não implantasse o horário de verão, provavelmente eu teria que fazer um investimento em geração de energia elétrica, em novas usinas, da ordem de R$ 2 bilhões, porque estaria deixando de gerar usinas térmicas a um custo em torno de R$ 60 milhões, que eu deveria gastar a mais.”
Grudtner acrescenta que o impacto na conta paga pelo consumidor vem com a adoção de índices menores de reajuste anual das tarifas de energia elétrica.
A previsão é a redução da demanda do horário de pico em torno de 5%, o que corresponde à redução, no horário de ponta, de duas vezes a demanda máxima de Brasília. A redução do consumo deve ser de 0,5%, equivalente a 10% do consumo mensal de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Saiba mais ... (Rádio Câmara)
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