O mercado livre de energia elétrica apresentou mais um sinal de sua consolidação, com o recorde na energia utilizada pelos consumidores livres e especiais verificado na contabilização dos contratos no mercado de curto prazo em julho de 2010. Foram demandados 9.862 megawatts médios (MWm), a maior marca em toda a história do mercado livre de energia. O aumento foi de 20,1% na comparação com julho de 2009.
O chamado "mercado livre", que reúne consumidores livres, especiais, autoprodutores, produtores independentes e eletrointensivos, representou 26,3% da energia consumida no Sistema Interligado Nacional (SIN) em julho de 2010. Se nos restringirmos aos consumidores livres e especiais, ou seja, ao universo responsável pela demanda recorde, essa representatividade passa a 18,3% do total.
A trajetória de crescimento no consumo registrado na CCEE vem se confirmando de forma sustentável. Da demanda recorde, 9.052 MWm referem-se aos agentes livres e 810 MWm aos especiais. Estes últimos, apesar de deterem menor parcela, apresentaram elevação expressiva e, em 12 meses, praticamente dobraram o consumo (420 MWm). No mesmo período, o livre apurou alta de 16,1%.
A notícia acerca do recorde no consumo nos leva à análise de seus motivos e das tendências do mercado. Nos últimos 12 meses, houve, em média, 21 adesões mensais de consumidores livres e especiais na CCEE. O aumento do consumo no período foi de 1.648 MWm neste segmento, sendo 42% decorrentes de ativos de novos agentes.
O movimento crescente no número de agentes tem se colocado de forma cada vez mais robusta na CCEE, chegando a 1.250 empresas em julho de 2010. Esta marca revela alta de 31,6% no número total de agentes em comparação com o mesmo mês de 2009, sendo que o segmento de consumidores especiais teve elevação relevante, de 87,3%. O conjunto de agentes da CCEE inclui autoprodutores, comercializadores, distribuidores, geradores, produtor independente, importador, além dos próprios consumidores livres e especiais. Estes últimos, hoje, somam 835 agentes na CCEE.
São várias as razões que justificam a adesão crescente dos consumidores livres à CCEE. Portanto, é necessária a análise da conjuntura do mercado, considerando não apenas o preço dos contratos, mas também a maior disponibilidade de energia oriunda de empreendimentos de energia incentivada, a redução no investimento inicial do sistema de medição dos consumidores livres, além de outros aspectos particulares das empresas.
Além desses números significativos, a nossa vivência com as operações do mercado e o dia-a-dia dos agentes nos permite inferir que o ambiente livre está consolidado e cada vez mais amplo. O modelo do setor tem conseguido êxito ao manter o equilíbrio e a complementaridade entre os dois ambientes de contratação de energia, livre (ACL) e regulado (ACR).
Podemos concluir, também, que o crescimento sustentado no consumo e no número de participantes na CCEE reflete a confiança no mercado e em suas regras, além da transparência e segurança das operações. Estamos em contínuo aprimoramento para mantermos a excelência operacional, sempre de forma alinhada às demandas do mercado e das demais instituições do setor elétrico. * Antônio Carlos Fraga Machado / Presidente do Conselho de Administração da CCEE. (Fonte: CCEE News)
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