quinta-feira, 22 de abril de 2010

Para especialista, ação estatal é uma ''volta ao passado''

O resultado do leilão de Belo Monte surpreendeu os especialistas. Para o consultor Jorge Trinkenreich, diretor da consultoria PSR, o modelo da usina acabou desvirtuado. "Essa participação das estatais está me cheirando uma volta aos velhos tempos. Esse modelo de Belo Monte era para ser privado, mas tem muito governo." Ele ficou surpreso com o resultado: "Achei que o consórcio da Andrade tinha entrado para ganhar e o outro só para fazer número. Tive um susto quando vi o resultado".

Mesma reação teve o especialista Abel Holtz. "Essas empresas nem estudaram esse projeto, não sabem das dificuldades para construir uma usina desse porte." Na sua opinião, esse é um projeto de cunho social, não de retorno de capital.

J.Malucelli nega deixar consórcio vencedor de Belo Monte
O Grupo J.Malucelli, um dos participantes do Consórcio Norte Energia, que venceu o leilão da Hidrelétrica de Belo Monte (PA), negou hoje, em nota oficial, os rumores de que não teria interesse em continuar no empreendimento. Segundo a nota, o grupo possui "direcionamento estratégico" voltado ao Setor de Energia e Construção Civil. "Desta forma, a J.Malucelli Construtora está satisfeita com o resultado do leilão e também com a parceria estabelecida com os demais membros do Consórcio Norte Energia -, e não tem a intenção de sair do projeto", ratificou a nota.

O consórcio é liderado pela estatal Chesf e teria sido formado de última hora por interferência do Palácio do Planalto. O grupo J.Malucelli participa com 9,98% das ações. O consórcio comprometeu-se a vender a energia a ser produzida por um preço 6,02% abaixo do teto fixado pelo governo. O consórcio terá 80% de financiamento concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para construir a terceira maior hidrelétrica do mundo, além de desconto de 75% no Imposto de Renda. (O Estado de S. Paulo)
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