A indústria vê com otimismo a perspectiva de o Ministério de Minas e Energia apresentar, nos próximos meses, o Plano Nacional de Eficiência Energética. Isso porque o aumento da eficiência energética é benéfico para toda a sociedade. Afinal, ao garantir um melhor aproveitamento da energia disponível, esses projetos permitem que os investimentos na ampliação da infraestrutura sejam postergados, reduzindo custos e preservando o ambiente.
Além disso, favorecem o aumento da competitividade da indústria. O Brasil está entre os recordistas mundiais em termos de custos de energia e a redução do componente energético sobre os valores finais da produção contribuiria para contornar, pelo menos em parte, esse problema. Hoje, a indústria enfrenta uma série de dificuldades para realizar investimentos em eficiência energética. A principal questão é que esses gastos competem com outros investimentos no "core-business" das empresas, como projetos de aumento de produção e preservação da segurança operacional.
Uma boa forma de reverter isso seria a garantia de um tratamento diferenciado aos projetos que proporcionem redução no consumo de energia, por meio da diminuição ou da eliminação de tributos e encargos setoriais para os "autorredutores" (empresas que promovam o desenvolvimento de projetos para reduzir o consumo de energia). Essa isenção reduziria os custos das indústrias e diminuiria de maneira consistente a competição pelos recursos no fluxo de investimentos das empresas.
Cabe ressaltar que hoje os autoprodutores de energia já possuem isenção dos encargos Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) sobre a parcela de energia consumida.
Além disso, favorecem o aumento da competitividade da indústria. O Brasil está entre os recordistas mundiais em termos de custos de energia e a redução do componente energético sobre os valores finais da produção contribuiria para contornar, pelo menos em parte, esse problema. Hoje, a indústria enfrenta uma série de dificuldades para realizar investimentos em eficiência energética. A principal questão é que esses gastos competem com outros investimentos no "core-business" das empresas, como projetos de aumento de produção e preservação da segurança operacional.
Uma boa forma de reverter isso seria a garantia de um tratamento diferenciado aos projetos que proporcionem redução no consumo de energia, por meio da diminuição ou da eliminação de tributos e encargos setoriais para os "autorredutores" (empresas que promovam o desenvolvimento de projetos para reduzir o consumo de energia). Essa isenção reduziria os custos das indústrias e diminuiria de maneira consistente a competição pelos recursos no fluxo de investimentos das empresas.
Cabe ressaltar que hoje os autoprodutores de energia já possuem isenção dos encargos Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) sobre a parcela de energia consumida.
Por que não estender o mesmo benefício aos "autorredutores"?
Também é necessário aumentar as fontes de recursos para as indústrias poderem implantar projetos.
Estudo realizado pela Eletrobras e pela Confederação Nacional da Indústria, que considerou o período de 1999 a 2006, constatou que, de todos os recursos arrecadados pelos consumidores, na forma de encargo setorial, para serem investidos em projetos de eficiência energética, apenas 9% deles foram destinados a projetos voltados para a indústria, o que é muito pouco considerando que o setor industrial é responsável por cerca de 40% do consumo de energia elétrica do país.
Por fim, entendemos que o governo deveria focar estímulos nos projetos industriais de aumento de eficiência nos sistemas térmicos. Até agora, das poucas ações aplicadas à indústria, a maioria esteve focada na redução do consumo de eletricidade em sistemas motrizes. Mas o trabalho da Eletrobras e da Confederação Nacional da Indústria identificou que o grande potencial de redução no consumo de energia, cerca de 80%, está em processos térmicos, como fornos e caldeiras.
O plano do Ministério de Minas e Energia consiste num importante passo para fortalecer as ações de eficiência energética no Brasil. Todavia, para darmos um "salto quântico" nessa direção é necessário dar mais atenção ao setor industrial. Temos de ter em mente que a redução no consumo de energia por unidade de produção pode contribuir para a expansão da nossa economia, reduzindo os custos e aumentando a competitividade. As consequências são positivas para toda a sociedade.
MANOEL CARNAÚBA é membro do Conselho Diretor da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres) e vice-presidente-executivo da Braskem. Autor: Manoel Carnaúba (Folha de S. Paulo)
Também é necessário aumentar as fontes de recursos para as indústrias poderem implantar projetos.
Estudo realizado pela Eletrobras e pela Confederação Nacional da Indústria, que considerou o período de 1999 a 2006, constatou que, de todos os recursos arrecadados pelos consumidores, na forma de encargo setorial, para serem investidos em projetos de eficiência energética, apenas 9% deles foram destinados a projetos voltados para a indústria, o que é muito pouco considerando que o setor industrial é responsável por cerca de 40% do consumo de energia elétrica do país.
Por fim, entendemos que o governo deveria focar estímulos nos projetos industriais de aumento de eficiência nos sistemas térmicos. Até agora, das poucas ações aplicadas à indústria, a maioria esteve focada na redução do consumo de eletricidade em sistemas motrizes. Mas o trabalho da Eletrobras e da Confederação Nacional da Indústria identificou que o grande potencial de redução no consumo de energia, cerca de 80%, está em processos térmicos, como fornos e caldeiras.
O plano do Ministério de Minas e Energia consiste num importante passo para fortalecer as ações de eficiência energética no Brasil. Todavia, para darmos um "salto quântico" nessa direção é necessário dar mais atenção ao setor industrial. Temos de ter em mente que a redução no consumo de energia por unidade de produção pode contribuir para a expansão da nossa economia, reduzindo os custos e aumentando a competitividade. As consequências são positivas para toda a sociedade.
MANOEL CARNAÚBA é membro do Conselho Diretor da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres) e vice-presidente-executivo da Braskem. Autor: Manoel Carnaúba (Folha de S. Paulo)
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