segunda-feira, 23 de abril de 2012

Mercado livre vai ganhar novo índice nesta semana

O mercado livre de energia, que atende a grandes consumidores de eletricidade, ganhará um novo indicador a partir desta semana. O Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE), responsável pela negociação de 487 megawatts médios em seu primeiro mês de funcionamento, lançará um índice específico que reflete os preços usados em contratos de curto prazo - o chamado mercado "spot" - nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
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A Brix, bolsa de energia elétrica que tem o empresário Eike Batista como um dos sócios, também possui um índice semelhante. O BBCE, que estreou no início de março, é um portal eletrônico para a compra e venda de eletricidade. Com 13 fundadoras, entre as quais comercializadoras de energia que detêm 12,5% do mercado, esperava servir como plataforma para a realização de contratos de 180 MW a 200 MW no primeiro mês de operações. Acabou conseguindo mais do que o dobro. "Estamos satisfeitos com o desempenho da plataforma e com o volume de contratos", afirma o presidente do Balcão de Comercialização de Energia, Flávio Cotellessa, que estima atingir 1.500 MW médios em meados do ano. 


Até agora, 50% dos contratos são de curto prazo e outros 25% são de médio prazo (entrega de energia em até 12 meses). O restante dos negócios se refere a contratos formalizados no ambiente do balcão, mas cotados fora dele. Para o executivo, esse volume já permite compor o índice, que vai ser composto do preço de referência no mercado "spot" - o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) - mais o ágio médio cobrado pelos agentes do mercado. "Um índice crível tem que ser bem calculado, ter volume representativo e boa quantidade de negócios realizados", observa. 

De acordo com Cotellessa, isso pode ser o início da transformação do Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia em uma bolsa de energia, algo que ainda não existe hoje. "O índice vai se tornar uma referência de preços", diz o executivo. "É o começo da transformação em bolsa, o que pode gerar, no futuro, derivativos e contratos financeiros em torno do produto energia elétrica." (Valor Econômico)
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