quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Governo vai estimular geração distribuída na ponta de carga

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, se reuniu nesta quarta-feira, 11 de fevereiro, com a presidenta Dilma Rousseff para avaliar a situação do setor elétrico. Entre as principais medidas anunciadas pelo ministro, após o encontro, está o estimulo a geração distribuída no ponta de carga na parte da tarde. Segundo Braga, a intensão é estimular que o potencial de 3 mil MW instalados em grandes consumidores seja usado para atender a necessidade das distribuidoras.

A medida será detalhada pela Agência Nacional de Energia Elétrica e deverá entrar em vigor no mês de março. O ministro estimou que o potencial poderá injetar 300 MW médios por mês na rede, reduzindo a necessidade de compra de energia no mercado de curto prazo. Braga não detalhou a proposta que será desenhada pela Aneel. Ele disse que quem aderir terá a instalação de um medidor para confirmar a geração para o sistema.

"A Aneel vai apresentar a proposta. Vai ser feita uma portaria sobre o tema", afirmou em entrevista sobre o resultado da reunião. Ele frisou que não haverá impacto na tarifa, pois a energia será paga pelas receitas já existentes do setor. "Há uma economicidade ao se estabelecer essa ação por parte da Aneel. A Aneel apresentará o detalhamento desse programa, que terá um efeito positivo a partir de março, na ponta de carga e na geração de energia como um todo", observou.

A intenção é fazer que grandes consumidores, como shoppings e indústrias, por exemplo, que já usam esses geradores no horário de energia mais cara, liguem os equipamentos mais cedo, sendo remunerado pelas distribuidoras pela disponibilização da energia. "É zero de custo para o consumidor. Terá compensação pela CCEE".

Braga frisou que o governo ainda trabalha em dois programas um de geração distribuída e outro de microgeração com formatos mais abrangentes, que serão lançados em breve. Na questão da microgeração, o governo está discutindo com o Confaz, que reúne os secretários de fazenda estaduais, uma forma de estimular essa geração feita, principalmente, com placas solares ou aerogeradores. "Já temos o apoio de alguns estados, como São Paulo, que já deu apoio integral a nossa proposta". O objetivo é isentar a energia enviada pelo consumidor à rede do ICMS, que os estados tem taxado. (Canal Energia)