quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Para diretor da Aneel, corte de energia evitou um ‘desastre’

O diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Reive Barros, disse ontem que o desligamento da carga determinado no dia anterior pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) evitou que o abastecimento de energia entrasse em risco no país. Segundo ele, a operação de cortar o repasse de energia foi preventiva, para equilibrar a produção e o consumo. "Uma coisa é você desligar com controle. Outra coisa é perder o controle e perder todas as usinas. Aí, o desastre é maior. Então, quando se percebe que a carga é superior à capacidade de produção, corta-se carga para ficar equivalente à capacidade de produção. Do contrário, coloca-se o sistema em risco", disse Barros.

De acordo com o operador do sistema elétrico, na tarde de ontem, restrições na transferência de energia das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste, aliadas ao aumento da demanda no horário de pico, provocaram a redução na frequência elétrica no sistema de transmissão de energia, o que derrubou 11 usinas geradoras. Barros explicou que foi programada a redução na faixa de 5% do consumo de energia, para que o controle do sistema fosse garantido. Para ele, o país está enfrentando uma situação de coincidência entre o baixo nível dos reservatórios com elevado consumo de energia. Ele ressaltou que o NOS está atento às variações de demanda, para administrar não só automaticamente, mas manualmente, toda a carga e evitar dificuldades de operação.

"Principalmente em função do verão, com altas temperaturas e, consequentemente, um índice de utilização do sistema de refrigeração elevado. Os dois fatores fazem com que a operação do sistema seja feita com mais cuidado", disse. Para André Pepitone, outro diretor da Aneel, é importante ressaltar que o fornecimento de energia foi restabelecido em uma hora, o que, segundo ele, prova a robustez do Sistema Interligado Nacional, no qual todos os equipamentos que buscam manter o controle do sistema funcionaram. "Ao baixar a frequência, o ONS tomou as medidas corretas, diminuiu a carga, recuperou a frequência e imediatamente o sistema voltou a operar", disse. Para Pepitone, o setor está sujeito a falhas e exige atenção. "Com certeza, este ano é um ano que exige atenção. Tem que torcer para chover, não é?"  (Brasil Econômico / ABr)
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