sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Apagões dobraram em dezembro, diz ministério

Os apagões no sistema elétrico brasileiro avançaram 6,2% no ano passado, chegando a um volume total de carga de 26.443 Megawatts (MW), contra 24.909 MW registrados em 2013. A quantidade é superior à capacidade de todas as usinas de geração que deverão entrar no sistema entre 2015 e 2017. Em número de interrupções no fornecimento, o avanço foi de quase 10%, subindo de 71 para 78. Segundo o boletim mensal de monitoramento do setor elétrico, em dezembro, a carga interrompida no Brasil foi de 2.438 MW, praticamente o dobro do índice de novembro, de 1.252 MW. O volume é mais da metade da capacidade da usina de Belo Monte.

Essa quantidade de energia que não foi entregue no mês passado só não superou o volume de janeiro de 2014, que chegou a 3.488 MW. Em dezembro de 2013, a carga interrompida foi de apenas 1.135 MW, menos da metade do registrado no mês passado. O levantamento do Ministério de Minas e Energia leva em conta apenas cortes de carga acima de 100 MW e que durem mais do que dez minutos.

ministro: "clima favorável"
Até o mês de novembro, as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Norte já haviam superado o limite, definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de horas sem luz para o ano de 2014. Pelo dado nacional, para todo o ano passado, havia como teto a interrupção média de 14,47 horas sem luz. Até novembro, o total já estava em 15,84 horas. Já o número de interrupções no fornecimento, porém, permanece bastante abaixo do limite, com uma média anual de 26,91 blecautes, abaixo do limite de 35,49.

"Durante o mês de dezembro observou-se um amplo predomínio de anomalias negativas de chuva sobre a maior parte do Brasil, com algumas exceções", diz o documento.

Com o uso mais intenso das usinas termelétricas, porém, foi possível elevar o volume de energia armazenada (equivalente à água nos reservatórios das hidrelétricas) em todo o país, exceto na região Sul.

Segundo o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, as temperaturas mais amenas, mais chuvas e menor demanda energética ajudaram nos últimos dias.