quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Redução do PLD é boa para mercado, avalia CCEE

Os novos valores para o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), que vigorarão no ano que vem, devem dar um alívio financeiro para o setor elétrico, na avaliação do presidente do Conselho da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Luiz Eduardo Barata. "Se Deus quiser, não vamos precisar de empréstimos para o ano que vem", avaliou. Segundo Barata, a mudança nos limites do PLD vai reduzir a movimentação de dinheiro no mercado. "O que vimos neste ano foi um fluxo monetário muito alto. A redução do teto do PLD com certeza vai fazer com que o fluxo seja menor no ano que vem, e isso é bom." Na semana passada, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu os novos limites do PLD de energia elétrica, usado no mercado de curto prazo. Em 2015, o PLD máximo será R$388,48 por megawatt-hora (MWh) e o mínimo será R$ 30,26 por MWh.

O PLD é o preço que as distribuidoras pagam pela energia comprada fora dos contratos firmados com preços fixos. Neste ano, o PLD ficou mais caro por causa da falta de chuvas, que fez com que o nível dos reservatórios das hidrelétricas ficassem muito baixos. Por isso, as distribuidoras que tiveram que comprar energia no mercado livre precisaram de ajuda financeira do governo. Em 2014, o PLD máximo foi fixado em R$ 822,83 por MWh. Segundo Luiz Eduardo Barata, além da redução do preço do PLD, o início da vigência do sistema de bandeiras tarifárias vai melhorara situação do setor elétrico. "As bandeiras tarifárias são um sinal para o consumidor final, e a redução do PLD, para o consumidor no atacado.

Os dois são sinais novos", disse. As bandeiras tarifárias, que começam a valer em janeiro do ano que vem, vão permitir o repasse mensal para a conta de luz, do custo extra das distribuidoras com o uso de termelétricas. A CCEE divulgou ontem comunicado no qual diz esperar uma melhora nas chuvas durante o mês de dezembro, com o início efetivo do período chuvoso no Brasil, fator que já explica a redução do PLD esta semana, do teto de R$ 822,83 por MWh para uma média de R$ 548,75 por MWh. Em novembro, a energia natural afluente (ENA), que representa o volume de água que chega aos reservatórios das hidrelétricas, ficou abaixo da média histórica . "É possível perceber que as ENAs verificadas em novembro estão com um pouco de atraso, praticamente um mês de atraso.

Mas o período chuvoso está de fato se iniciando e a expectativa é de continuidade de precipitação na média ou acima da média nas duas primeiras semanas de dezembro", explicou o gerente de Preços da CCEE, Rodrigo Sacchi. Em apresentação feita ontem ao mercado, a entidade destacou que a redução de consumo de energia em novembro — causada por uma queda da temperatura, aliada ao feriado do dia 20 (Consciência Negra) — levou à alteração do cenário previsto para a geração de energia nas hidrelétricas. Com isso, a produção dessas usinas deve ficar abaixo do que era inicialmente esperado. As chuvas de dezembro devem melhorar o Fator de Ajuste do Mecanismo de Realocação de Energia – MRE, que representa a geração das hidrelétricas em relação à garantia física prevista em contrato, passando de 88,8% em novembro para 90,3%. (Brasil Econômico)
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