O Operador Nacional do Sistema (ONS) revisou negativamente sua expectativa de chuvas para o mês de outubro, quando o setor elétrico esperava que um volume maior de águas fosse dar fôlego aos reservatórios. Segundo documento publicado nesta sexta-feira (17), a quantidade de chuvas esperada para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, em relação à média histórica, passou de 89%, previsto no início do mês, para 67%.
No Nordeste, região mais crítica, a expectativa de chuvas passou de 47% para 38% da média histórica. Essas são as duas regiões onde os reservatórios encontram-se em níveis mais baixos.
No Sudeste e Centro-Oeste, os reservatórios estão em 22,1% de sua capacidade máxima. Já no Nordeste, eles estão em 18,4%.
Segundo Silvio Areco, da consultoria Andrade e Canellas, a revisão da previsão das chuvas é frustrante para o setor elétrico.
"Esperava-se que na segunda quinzena de outubro um volume maior de chuvas poderia indicar um bom período chuvoso. Mas não é isso o que deve acontecer", diz.
Demanda em alta - Outro problema enfrentado pelo ONS é o crescimento da demanda de energia com as altas temperaturas vistas na última semana.
O órgão indicava, no início do mês, que o crescimento da carga seria de 1,3% em outubro deste ano ante o mesmo período de 2013.
No entanto, a expectativa de crescimento da demanda subiu para 2,4% sob a mesma base de comparação.
Os novos cálculos levaram o preço do mercado de curto prazo (o preço de liquidação das diferenças --PLD) a atingir o teto permitido em lei, de R$ 822,83 por MWh.
Desde abril a média nacional do PLD não chegava a esse patamar.
A permanência do PLD em níveis elevados levou o governo a propor a alterar os limites permitidos para a variação desse preço.
Atualmente, esses valores variam de R$ 15,62 a R$ 822,83. Pela proposta da agência, eles ficariam entre R$ 30,26 e R$ 388. A redução do teto seria de 53%. (Folha de S. P - 18/10/14)
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