sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Governo diz que, sem suas ações, custo da eletricidade seria o dobro

Ao defender as mudanças feitas no setor elétrico pelo governo Dilma Rousseff, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse nesta quinta-feira (2) que o impacto do custo da seca sobre as contas do consumidor teria sido o dobro do que foi este ano caso não tivessem sido criadas novas regras para o sistema em 2012.

As tarifas de energia para o consumidor final sofreram reajustes de 5,8% a 42% em 2014, mas o governo não divulga o tamanho do impacto da falta de chuvas.

Os valores dos aumentos variam de distribuidora para distribuidora e levam em conta outros custos, além de ganhos de produtividade das empresas.

"Se o consumidor gastou R$ 1 a mais por causa da condição hidrológica, ele teria gasto o dobro [sem as mudanças aplicadas pelo governo]", afirmou o secretário.

CRÍTICAS DO TCU - O argumento foi um dos elencados por Zimmermann para rebater críticas feitas na quarta-feira (1) pelo TCU (Tribunal de Contas da União) à política energética.

Auditoria do órgão aprovada pelos ministros constatou que a legislação que antecipou a renovação das concessões das empresas de energia foi "precipitada" e continha "equívocos e fragilidades", além de ter gerado R$ 61 bilhões em custos adicionais para os consumidores.

O secretário disse que o documento do TCU ainda não foi encaminhado ao governo, mas afirmou que "há como provar" que o efeito das mudanças foi inverso ao descrito pelo órgão de controle.

A posição do ministério é de que, caso a antecipação das concessões não tivesse sido feita, as usinas teriam optado por vender energia no mercado livre, em busca de maior rentabilidade.

Isso teria resultado em um desfalque ainda maior nos contratos das distribuidoras.

Com isso, as empresas que atendem ao consumidor teriam gasto um valor ainda maior para conseguir atender a demanda, com impacto sobre a tarifa.

LEILÃOA pasta também confirmou que será realizado em dezembro um novo leilão para contração de energia, com o objetivo de suprir a demanda das distribuidoras a partir de janeiro do ano que vem. O ministério anunciou ainda que irá redobrar a segurança do setor elétrico, para evitar eventuais falta de energia no fim de semana, com foco nas eleições.

O governo diz que irá garantir a adoção das mesma práticas de segurança aplicadas em grandes eventos, como Copa do Mundo, ou em festividades, como Natal e Réveillon. As equipes do setor devem entrar em esquema de plantão a partir das 17h deste sábado (4).

Conta de luz
5,8% - foi o reajuste mínimo