sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Costa Neto: três desafios para setor elétrico

Os três maiores desafios para o setor elétrico brasileiro nos próximos anos serão a expansão acelerada, a integração energética da América do Sul e a busca pela sustentabilidade nos empreendimentos, conforme apontou o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, durante o Power Brasil Events.

O presidente da estatal mostrou dados que apontam o crescimento de 3,9% ao ano da carga do sistema elétrico do País, saindo de 554,6GW, em 2013, para 817,7GW, em 2023, um aumento de 47,43%. Em termos de potência instalada, o crescimento atingirá 56,33%, indo de 124,8GW para 195,1GW. Tal crescimento deverá garantir uma maior segurança no abastecimento, ao mesmo tempo em que permitirá o crescimento do País e a incorporação de um maior número de pessoas à rede de distribuição.

Devido ao esgotamento da fonte hídrica, cuja última grande fronteira é a Amazônia, haverá, de acordo com Costa Neto, a modificação no mix na matriz nos próximos dez anos. A hidreletricidade permanecerá como a fonte dominante, mas a sua participação cairá dos atuais 69% para 61% em 2023.

Em compensação, a fonte eólica saltará dos atuais 2% de participação para 12%, e a fonte solar atingirá 2%, igualando-se ao carvão, ao óleo combustível e à energia nuclear. Este crescimento das chamadas “novas fontes renováveis” será fundamental para que o Brasil supere o desafio de fazer crescer a produção de energia elétrica de maneira sustentável, mantendo sua matriz como a mais limpa do mundo. Os investimentos totais, em usinas já contratadas, segundo o Plano Decenal de Energia 2013-2023, é de R$80,5 bilhões. “A Eletrobras planeja estar em 50% desses empreendimentos”, revelou o presidente da empresa.

Para mais adiante, porém, na opinião de José da Costa, a maneira mais sustentável para a continuidade da expansão do setor elétrico será a interligação energética da América do Sul, a exemplo do que já ocorre, por exemplo, na América Central. Esse desafio, no entanto, não será vencido apenas pelo setor elétrico, segundo o presidente da Eletrobras, pois demanda esforço diplomático do País, por envolver negociações entre Estados e a assinatura de tratados internacionais. (Jornal da Energia)
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