O governo quer empurrar diretamente para o consumidor o rombo do setor elétrico que antes seria coberto pelo Tesouro Nacional. A manobra de tirar parte do dinheiro que iria para as empresas de energia deve deixar a conta de luz do brasileiro mais cara.
As contas federais estão no vermelho. E, para cobrir o rombo, o governo vai deixar de repassar dinheiro para um setor que ele vinha socorrendo: o de energia. São R$ 4 bilhões a menos do Tesouro Nacional para as empresas distribuidoras por meio da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético). De R$ 13 bilhões previstos para R$ 9 bilhões.
Eles estão postergando o aumento de tarifa para o ano que vem em função de uma necessidade de caixa de todo o setor. Então, quando o governo reduz esse aporte, ele está o quê? Antecipando uma necessidade de aumento de tarifa para o consumidor” diz Erik Eduardo Rego, diretor da consultoria Excelência Energética
Com a redução desse aporte do governo e sem outras fontes de recurso, a tarifa de energia deve ficar mais cara.
O ministro da Fazenda admitiu que a conta deve sobrar para o consumidor.
“Vai estar passando mais para a tarifa e menos a transferência do governo. Uma parte tem que ser custeada pelas tarifas, é normal, e uma outra parte é o Tesouro”, declara o ministro Guido Mantega.
A CDE é um fundo criado pelo governo para bancar projetos no setor de energia elétrica. Desde o ano passado, o dinheiro dessa conta tem sido usado para cobrir o prejuízo das distribuidoras diante dos custos maiores com as termelétricas, que produzem energia até oito vezes mais cara que a hidrelétrica.
Só no mês passado, a geração de energia das termelétricas aumentou quase 52% em relação ao mesmo mês de 2013.
As termelétricas estão suprindo a energia que antes era produzida pelas hidrelétricas, que estão sofrendo com a baixa dos reservatórios por causa da seca.
“A situação hoje é tão crítica que o recomendável seria você fazer uma revisão tarifária extraordinária para que você pare de ter que botar aporte do Tesouro, para que você pare de pegar empréstimo e aumente a tarifa de uma vez para botar tudo em uma situação real”, aponta Erik Eduardo Rego, diretor da consultoria Excelência Energética. (G1)
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