O governo avalia que a primeira parcela da liberação de recursos do novo empréstimo bancário de R$ 6,5 bilhões ao setor elétrico deve pingar nas contas das distribuidoras no dia 15. A data foi definida pela contagem do prazo de uma semana a partir da aprovação da operação de empréstimo pela assembleia geral da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), prevista para amanhã.
A fonte do governo a par das negociações com os bancos disse que, além das condições de juros, o esforço dos técnicos da área econômica também está voltado para a formatação dos fluxos de liberação do crédito financeiro. Os volumes vão variar conforme a demanda mensal das distribuidoras.
Em mais uma tentativa de desconstruir a tese de que haverá um "tarifaço" para os próximos anos, o governo voltou a divulgar a projeção de pequenos aumentos no preço da energia. Em nota, o Ministério de Minas e Energia ignorou "custos extras" que, fatalmente, vão pesar sobre as contas de luz.
Para 2015, o governo prevê o impacto de apenas 2,6% nas contas de luz. Em 2016, o efeito seria de 5,6% e, em 2017, de 1,4%. Os cálculos consideram somente o custo da tomada de empréstimos do setor com os bancos e o benefício das usinas que terão os contratos vencidos a partir do próximo ano e entregarão energia mais barata.
Porém, além do empréstimo bancário de R$ 17,7 bilhões, outros fatores vão contribuir para a alta das tarifas dos próximos anos. Entrarão no cálculo os reajustes ordinários de tarifas das distribuidoras, que atualmente estão na casa de dois dígitos.
Também incidirá sobre a fatura de energia a devolução ao Tesouro da ajuda dada às distribuidoras em 2013 no valor de R$ 9,8 bilhões, por conta da dificuldade em arcarem com a compra de energia mais cara. Também será incluído no cálculo dos reajustes o custo adicional do risco hidrológico, que a partir do plano de renovação das concessões passou a ser assumido pelos consumidores, e não mais pelas geradoras. (Valor Econômico)
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