sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Campanha pede ampliação do mercado livre de energia para consumidores residenciais

A Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia), entidade que reúne empresas que atuam no mercado de livre de energia, está lançando uma campanha para que todos os consumidores de energia acima de 50 kilowatts-hora migrem para o mercado livre. Atualmente, a adesão a esse mercado é uma opção exclusiva de empresas. Com a campanha, a associação espera que consumidores residenciais -que podem estar ligados apenas ao mercado regulado pelo governo- também possam fazer parte desse segmento.

Com o nome de "A Energia da Democracia é Livre", serão veiculados reclames no rádio para pressionar os candidatos a aceitarem a proposta da Abraceel.

Um dos trunfos da associação é a garota propaganda da campanha, Luiza Helena Trajano, CEO da rede Magazine Luiza, cuja empresa é usuária do mercado livre.

O lançamento da campanha será feito no próximo dia 7 de agosto, junto da divulgação de uma pesquisa encomendada ao Ibope que tentará medir o sentimento da população em relação aos serviços atuais de eletricidade.

"Em nenhum lugar do mundo conseguiu-se reduzir tarifas de energia sem a abertura do mercado. Isso eleva a concorrência, como aconteceu na telefonia fixa e móvel. Cada um poderá escolher o seu operador", afirma Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel.

Volatilidade - Atualmente, o mercado livre corresponde a 25% do consumo total de energia do país. Na indústria, cerca de 60% do consumo do setor está nesse segmento. Neste ano, os preços da energia no mercado livre estão mais voláteis. O segmento sofre com o alto preço da energia no mercado de curto prazo, onde os valores chegaram entre fevereiro e maio ao teto permitido em lei, de R$ 822,83 por megawatt-hora. Este valor também serve de parâmetro nas negociações dos contratos livres.

Novos termos para fornecimento em 2015 estão sendo negociados com valores acima de R$ 450 por megawatt-hora. Por outro lado, os preços do mercado regulado são controlados pelo governo e estão mais baixos do que no livre. Na Grande São Paulo, por exemplo, o preço das tarifas está R$ 171,06 por megawatt-hora. "Temos 750 vendedores de energia no país. Os consumidores residenciais poderiam comprar de qualquer um deles. Isso estimula a concorrência", diz Medeiros. (Folha de S. Paulo)
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