quinta-feira, 31 de julho de 2014

Socorro a elétricas terá um ano de carência e taxa maior

Os bancos discutem neste momento a taxa a ser cobrada no novo empréstimo para socorrer as distribuidoras de energia elétrica. Pelas negociações feitas até agora, o financiamento contará com características de prazo e garantias semelhantes ao desembolso de R$ 11,2 bilhões feito em maio à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), mas a taxa deve ficar maior. Esta nova operação será de R$ 6,5 bilhões no total. A novidade será o BNDES, que entrará com R$ 3 bilhões dos R$ 6,5 bilhões.

O Valor apurou que o empréstimo terá um ano de carência para o início do pagamento, e a última parcela do empréstimo terá vencimento em outubro de 2017, assim como aconteceu na primeira rodada da operação.

Em relação à taxa que será cobrada, porém, ainda não há um acordo. O empréstimo anterior foi contratado a uma taxa equivalente ao CDI mais 1,9% ao ano.

De acordo com fontes do governo, taxa de juros cobrada subirá. "A taxa vai ficar um pouco acima da anterior", explicou uma autoridade que acompanha as discussões. Os bancos vinham negociando garantias adicionais à operação, mas não houve sucesso nas tratativas. Por isso agora tentam conseguir uma remuneração maior.

Segundo um interlocutor ligado às instituições financeiras, até o momento, não está definido o rol de bancos que participará da operação. Mas, segundo um executivo de banco que acompanha a operação, a demanda estaria mais fraca do que anteriormente. Bancos estrangeiros de investimento, por exemplo, não têm demonstrado muito apetite.

Já uma fonte do governo afirma que o novo empréstimo terá a participação praticamente dos mesmos bancos que participaram do financiamento já liberado no início do ano. Segundo essa fonte, os bancos públicos manterão participação proporcional à que tiveram no primeiro financiamento e as grandes instituições privadas continuarão no pool. Os bancos menores devem sair da operação por dificuldades de capital ou risco.

Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú Unibanco, J.P. Morgan, Bank of America, Santander, BTG Pactual, Citi e Credit Suisse são os bancos que participaram do financiamento fechado em maio. (Valor Econômico)
Leia também:
Setor elétrico: crise recorrente
Aneel quer de volta 6 térmicas do Bertin
Brasil avança em tecnologias para redes de energia elétrica
Governo deve pagar mais juros a bancos para resgatar elétricas