quinta-feira, 31 de julho de 2014

Socorro às elétricas terá 70% de bancos públicos

BRASÍLIA- Os bancos públicos vão entrar com 70% do novo empréstimo negociado pelo governo para o setor elétrico, no valor de R$ 6,5 bilhões. Segundo técnicos da área econômica, além dos R$ 3 bilhões que virão do BNDES, Banco do Brasil e Caixa entrarão com R$ 750 milhões, cada um, somando R$ 4,5 bilhões. A operação de ajuda às distribuidoras de energia está sendo finalizada e será anunciada até o dia 15 de agosto. 

Os técnicos informaram que os R$ 2 bilhões restantes do empréstimo virão principalmente do Bradesco e do Itaú, sendo que outros bancos privados devem entrar na operação com parcelas menores. A negociação agora envolve as taxas do financiamento. No primeiro empréstimo ao setor elétrico, de R$ 11,2 bilhões, a remuneração acertada foi o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) mais 1,9%. 

Agora, no entanto, essas taxas podem ser maiores. De acordo com integrantes do governo, os bancos privados têm pressionado por uma taxa mais alta e exigido mais garantias para participar da ajuda adicional às distribuidoras. Mas a área econômica garante que o negócio é vantajoso e que as garantias são seguras porque contam com o aval do Tesouro Nacional e, portanto, serão as mesmas utilizadas na primeira operação.

IMPACTO NA CONTA SERÁ PEQUENO, DIZ GOVERNO
O primeiro empréstimo começará a ser quitado a partir de 2015 até 2017. O pagamento seria feito por meio das tarifas cobradas dos consumidores. A partir do ano que vem, as contas de luz terão um encargo adicional destinado a cobrir os custos do empréstimo. Com o novo empréstimo, essa conta deve ficar mais salgada. O ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse ontem à radio CBN que esse aumento será diluído ao longo de três anos e reduzido pelo efeito do vencimento de concessões de usinas cuja energia será vendida a preços mais baixos que os atuais. — O impacto (do empréstimo) na conta de luz vai acabar sendo muito pequeno por uma razão bem simples. 

Temos em torno de 4.800 Megawatts médios de usinas que vencem a concessão e reduzem a conta de energia a partir do ano que vem. (...) O impacto ( dos empréstimos) é bem pequeno na conta de luz, da ordem de 2,6%. No outro ano (2016) seria em torno de 5,5% e no terceiro ano (2017) o impacto é só de 1,4% na tarifa — disse Zimmermann. Anteontem, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, estimara em oito pontos percentuais o impacto financeiro dos empréstimos no custo da energia, em 2015 e 2016. 

Depois de ter adiado por duas vezes o pagamento de R$ 1,3 bilhão das distribuidor as à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), referente ao mês de maio, a diretoria colegiada da Aneel deverá avaliar na reunião da próxima terça-feira mudanças no pagamento referente a junho, previsto para ocorrer até o dia 6 de agosto. (O Globo)
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