Um estudo realizado pela Engenho Consultoria, a pedido da Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais Hidrelétricas (Abrapch), aponta que o déficit de energia na região Sudeste/Centro-Oeste poderá chegar a 6,7GW em 2018. O subsistema é responsável por 60% do Sistema Interligado Nacional (SIN).
De acordo com Ivo Pugnaloni, presidente da Abrapch, o estudo mostra um certo equilíbrio entre demanda e oferta de energia, por conta dos intercâmbios de energia. Ainda assim, o alto déficit do Sudeste/Centro-Oeste não deve ser ignorado. "A energia que virá suprir a região virá de muito longe, das usinas estruturantes da Amazônia ou das eólicas do Nordeste ou do extremo Sul. Isso poderá fazer com que a taxa de falha do sistema aumente assustadoramente", disse. De acordo com a Engenho, o valor deve aumentar de 1,84 dias por ano (patamar atual) para 14,67 dias em 2018..
Pugnaloni explicou que o estudo seguiu as premissas do atual Plano de Desenvolvimento Energético (PDE). "Esses prognósticos são reflexo de um planejamento voltado para a eólica e grandes hidrelétricas", explicou. A associação pretende apresentar esses números para o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e à Agência Nacional de Energia Elétrica. Os encontros devem acontecer nas próximas semanas. Além disso, a Abrapch pretende confeccionar cartilhas para conscientizar a população sobre a importância das pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).
Segundo Pugnaloni, existem 9 mil MW em projetos de PCHs, que poderiam ser instalados na região e acabar com o déficit de energia e, por consequência, resultar na redução do número de interrupções. "São 7 mil MW 'travados' na Aneel, por conta da regra que previa que os empreendimentos dependiam de licença ambiental para ir a leilão (recentemente alterada) e outros 2 mil MW que não saíam da gaveta por causa do preço", disse.
O panorama para a fonte, afirma o presidente da associação, começou a mudar em 2013. "Nos últimos dois leilões, as PCHs venderam 50% de tudo o que foi comercializado nos últimos oito anos. Isso só mostra que o governo tabelava o preço sem nenhuma base", disse.
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