As distribuidoras estão correndo o risco de ficarem com 6 mil MW médios descontratados no fim do ano, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, Nelson Fonseca Leite. Atualmente, as concessionárias já estão com uma exposição involuntária de 2 mil MW médios, visto que as cotas das usinas renovadas pela Lei 12.783 não foram suficientes para cobrir os contratos das distribuidoras.
"Temos 4 mil MW médios de contratos vencendo em 2013. Se no leilão A-1 não tiver oferta suficiente de energia para cobrir essa descontratação, as distribuidoras ficarão com uma exposição involuntária de 6 mil MW médios", declarou Leite durante o XV Congresso Brasileiro de Energia, nesta quinta-feira, 24 de outubro, no Rio de Janeiro.
O próximo leilão A-1 está marcado para acontecer no dia 17 de dezembro, mas a preocupação é que a oferta de energia não apareça, pois como o Preço de Liquidação das Diferenças está alto, os geradores podem preferir vender a energia no Mercado de Curto Prazo. "Precisamos de uma solução para o leilão A-1, de forma que ele seja atrativo para os geradores", apontou o executivo.
Ele lembrou que a exposição involuntária de 2 mil MW médios somados aos altos valores do Encargo do Serviço do Sistema já levaram as distribuidoras à uma situação financeira delicada nesse ano. As distribuidoras precisaram de ajuda do governo, através da Conta de Desenvolvimento Energético, para evitar o desequilíbrio econômico-financeiro. Segundo Leite, até agosto a CDE já desembolsou R$ 8,4 bilhões para as distribuidoras e até o final do ano a cifra deverá alcançar R$ 11,4 bilhões.
"Se não tivermos sucesso no leilão A-1, há um risco de desequilíbrio financeiro do setor em função dessa exposição involuntária, que poderá chegar a 6 mil MW médios", afirmou. Ele ressaltou que os aportes da CDE ocorrerão apenas em 2013 e, por isso, a situação em 2014 poderá ficar crítica.
"Dificilmente será decidido por um novo aporte da CDE em 2014. Essa nossa preocupação já foi levada ao MME e à Aneel, mas ainda não se tem uma solução", comentou. Pelos cálculos da Abradee, se houver em 2014 uma exposição involuntária de 6 mil MW médios, estimando um PLD entre R$ 160/MWh e R$ 220/ MWh, a conta pode girar entre R$ 2 e R$ 6 bilhões no ano que vem. (Canal Energia)
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