quinta-feira, 2 de maio de 2013

Cesp vai gerir Três Irmãos por R$ 13,9 mi

A Cesp vai receber R$ 13,9 milhões do governo federal para administrar a usina hidrelétrica de Três Irmãos por dois meses e meio. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o valor inclui despesas para bancar a operação e a manutenção do empreendimento e gastos com impostos e encargos setoriais entre os dias 18 de abril e 30 de junho deste ano. 

A concessão de Três Irmãos venceu em 19 de novembro de 2011, e a Cesp não aceitou as condições do governo para renovar o contrato, que reduziram valor da energia produzida em média 70% como um todo. Ainda assim, aceitou operá-Ia até o leilão que vai definir o novo administrador. Se a licitado não for feita até 1° de julho, haverá um reajuste. 

Do total de R$ 13,9 milhões, pouco menos da metade - R$ 5,9 milhões - será correspondente às receitas para operar e manter a usina. O restante servirá para o pagamento da Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica, tarifas de uso e conexão ao sistema elétrico e os programas associados a Pesquisa e Desenvolvimento e Eficiência Energética 

Usina de Jirau tem operação prevista para o fim de junho 
Depois de sucessivos atrasos no cronograma, a hidrelétrica Jirau, do Rio Madeira (RO), está prevista para entrar em operação no fim do segundo trimestre de 2013, "Neste momento, o que estamos perseguindo é atingir a entrada em operação comercial da usina", afirmou o gerente de Relações com Investidores da GDF Suez Energy Latin America, Elio Wolff. Com isso, Jirau, que terá capacidade de 3,75 mil megawatts (MW), poderá iniciar o fornecimento de energia às distribuidoras, o que era previsto originalmente para janeiro deste ano. 

Até a conclusão da usina, a concessionária Energia Sustentável do Brasil terá investido R$ 16,3 bilhões, valor atualizado até março. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou R$ 9,5 bilhões. Como o projeto foi classificado como prioritário pelo Ministério de Minas e Energia, a concessionária pode captar mais recursos por meio da emissão de debêntures de infraestrutura. "Os acionistas vão avaliar a possibilidade", disse Wolff. A GDF Suez detém 60% de Jirau e o grupo Eletrobrás, por meio da Chesf e da Eletrosul, 40%. 

No Brasil, a GDF Suez é a controladora da Tractebel, maior geradora privada do País, e, com a conclusão de Jirau, a intenção da empresa é transferir a sua fatia na usina para a controlada. Contudo, a expectativa é que essa operação ocorra em 2014. Por causa disso, o presidente da Tractebel, Manoel Zaroni, disse que a companhia não prevê mais desembolsar este ano a reserva de R$ 511 milhões constituída para suportar a aquisição, o que levou uma revisão para baixo do investimento para 2013, de R$ 1,194 bilhão para R$ 696 milhões. 

Outras opções - Além dos recursos próprios, a Tractebel avalia outras opções para financiar a operaçã. "Podemos fazer isso com equity, com dívida ou podemos arranjar um parceiro. Vamos avaliar a melhor alternativa para agregar valor à Tractebeh" Segundo o executivo, uma emissão de dívida não comprometeria os limites financeiros da empresa - hoje, a relação dívida líquida/geração de caixa (Ebitda) da companhia é de 1,1 vez. A conclusão de Jirau vai contribuir para reduzir o preço da energia no mercado a prazo no fim do ano, juntamente com a oferta da outra usina do Rio Madeira, Santo Antônio, e a linha de transmissão que vai escoar a energia dos dois projetos. "A tendência é de cair o preço spot no fim do ano. As usinas contribuirão com mais energia no mercado, principalmente no verão", explicou. Hoje, o preço no curto prazo para o agente vendedor está em R$ 277,68/MWh e para o comprador, em R$ 374,24/MWh. O executivo da Tractebel também manifestou a intenção de a empresa participar dos leilões de energia nova de 2013 com projetos eólicos e a carvão. "Temos uma geração de caixa significativa, e a orientação do grupo é voltada para o crescimento no País", justificou Zaroni. / W.B. 

Custo - R$ 16,3 bí foram investidos na usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia.