quinta-feira, 2 de maio de 2013

Eletrobras pede mais R$ 20 bi de indenização

O diretor financeiro da Eletrobras, Armando Casado, informou aos membros do conselho de administração que a companhia continua buscando junto ao governo mais R$ 20 bilhões em indenizações por perdas causadas pela Lei 12.783 (antiga Medida Provisória 579), além dos R$ 14 bilhões já recebidos. 

Marcelo Gasparino, reeleito para o conselho como representante dos detentores de ações ordinárias (ON), disse ao Valor que a Eletrobras informou aos conselheiros que está "trabalhando na melhoria dos valores de reposição" que podem representar mais R$ 12 bilhões pelos ativos de transmissão e outros R$ 6 bilhões pelos de geração. Isso sem contar outros questionamentos que elevam a conta em R$ 2 bilhões, segundo o conselheiro. 

"A administração continua buscando isso. A assembleia teve um tom de reunião e dessa vez ficou muito evidente que os números da contabilidade que foram submetidos aos acionistas refletiam de fato os impactos negativos da MP 579, sem questionamento dos valores. Também se falou sobre as perspectivas para o futuro", disse Gasparino. 

A estatal realizou uma assembleia geral ordinária (AGO), na terça-feira, onde aprovou, pela primeira vez em 50 anos, um representante dos detentores de ações preferenciais (PN) para o conselho. O indicado na chapa única foi João Antonio Lian, fundador e controlador da exportadora de café Sumatra. Ele foi apoiado pelos minoritários Eduardo Duvivier, maior acionista privado da estatal, e Rafael Rodrigues Alves da Rocha. 

A chapa, que acabou sendo de consenso entre os minoritários, foi eleita por unanimidade com votos que representam acionistas com 13,6% do capital total da Eletrobras, entre eles o fundo norueguês Skagen, que é o maior investidor de mercado. 

Além da eleição de Lian e da reeleição de Gasparino, Manuel Jeremias foi reeleito para o conselho fiscal representando os detentores de ON, e Robert Juenemann foi eleito representando os detentores de PN. 

"A eleição de Lian foi um grande passo na direção das melhores práticas de governança corporativa e uma demonstração de respeito aos preferencialistas que nunca tinham se feito representar em um conselho da companhia", disse Gasparino. 

Na assembleia, ainda foi aprovada a proposta do conselho de administração de pagamento aos acionistas, sob a forma de juros sobre capital próprio. (Valor Econômico)
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