terça-feira, 2 de abril de 2013

Redução das tarifas não devolveu competitividade da indústria, diz Abrace

O preço da energia elétrica é fator importante de perda de competitividade da produção industrial, disse ontem o presidente-executivo da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa. Ele participou de audiência pública da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI). Para Pedrosa, apesar de não ser suficiente para devolver a competitividade da indústria, a redução das tarifas foi um sinal importante de como o governo e o Congresso estão empenhados em fortalecer o setor.

“Se temos uma visão geral positiva, fazemos também um apelo para que as medidas (do Governo Federal) sejam aprofundadas. Elas foram, infelizmente, insuficientes para devolver a competitividade à produção nacional”, disse o presidente da Abrace. Com opinião diferente, o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales, afirmou que as medidas de redução das tarifas contribuíram para gerar uma crise de desconfiança no setor elétrico do país. Segundo ele, as medidas reduziram em até 30% o caixa das empresas de distribuição de energia e também estão inviabilizando a obtenção de financiamentos externos.

Na opinião de Sales, a iniciativa de redução de tarifas se configura quase como um atentado à tentativa do setor elétrico de se estabelecer como um segmento confiável para investimentos em energia melhor e mais barata. Falando em defesa do governo federal, Jorge Viana (PT-AC), como presidente em exercício da CI, rebateu alegação do presidente do Instituto Acende Brasil quanto à existência de interesse eleitoral na publicação da MP 579.

Para o parlamentar não há justificativa para o Brasil ter uma das tarifas de energia elétrica mais caras do mundo, tendo em vista as inúmeras vantagens comparativas para a produção deste insumo existentes no País, tais como a grande variedade de fontes de geração e o enorme mercado consumidor ainda a ser atendido. “Acho que os produtores estão completamente equivocados quando vinculam o movimento de Dilma ao período eleitoral. Vem simplesmente por conta do fato concreto de que estão chegando ao fim as concessões, que precisam ser renovadas”, disse Jorge Viana. (Jornal da Energia, com informações da Agência Senado)
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