segunda-feira, 1 de abril de 2013

Distribuidoras da Eletrobras podem ganhar investidores privados

O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto tem evita­do falar quando o assunto são as distribuidoras controladas pelo grupo. O presidente, que garan­tiu que uma decisão seria toma­da até o final de 2012, anunciou na semana passada que conclui­rá em 90 dias o estudo das alter­nativas para a reestruturação dos ativos de distribuição do grupo. Executivos da estatal já afir­maram que a empresa estuda ter um sócio privado na área de dis­tribuição, de forma a amenizar os gastos com os seis ativos, que em 2012 somaram prejuízo de R$ 1,3 bilhão. 

Uma fonte consultada pelo Brasil Econômico, afirma que a Eletrobras tem conversado com a gigante chinesa State Grid. "A State Grid vem estudando parceria na área de geração e distribuição. É uma companhia com situação financeira saudá­vel para realizar investimentos nas distribuidoras", destaca. 
O presidente da State Grid Cai Hongxian chegou a afirmar no mês passado que teria a in­tenção de investir em distribui­doras no país, mas que os ativos da Eletrobras não seriam um al­vo nesse primeiro momento. "Não. Nós conhecemos o negó­cio (de distribuição). Não acredi­to que podemos ter esse negó­cio, em uma área de baixa densi­dade (demográfica)", disse o presidente da State Grid, que mesmo com a intenção de adqui­rir grandes ativos de distribui­ção não teria um alvo definido. 

Ainda assim, a fonte que tem conhecimento da negociação, garante que a State Grid, que ini­ciou as atividades no Brasil em 2010, estaria interessada ape­nas em parcerias na área de ge­ração, mas que a Eletrobras esta­ria negociando fechar uma par­ceria também na distribuição. Ainda de acordo com a fonte, a Eletrobras estaria com dificul­dade para encontrar investidores já que "serão necessários gran­des aportes nas distribuidoras." "No momento atual as em­presas estão com receio de in­vestir", diz a fonte. 

Uma opção descartada é que ocorra o interesse de empresas como a CPFL Energia e a Equato­rial Energia, já que ambas as em­presas estariam em fase final pa­ra a compra de distribuidoras do Grupo Rede Energia por R$ 1 , se assumirem as dívidas estimadas em cerca de R$ 4,4 bilhões do grupo do empresário Jorge Quei­roz. "Não acredito que elas pos­sam entrar, pois estão compro­metidos com a compra do Grupo Rede. Nesse caso as empresas não teriam fôlego para pegar mais distribuidoras no momen­to", disse a fonte. 

Investimentos - A Eletrobras anunciou seu plano de investimento entre 2013 e 2017, que vai contar com aporte de R$ 52,4 bilhões. Segundo a es­tatal, do total, R$ 20,3 bilhões se­rão destinados para novos proje­tos, enquanto R$ 32,1 bilhões es­tão comprometidos com em­preendimentos já contratados. 

"No período, a Eletrobras de­ve destinar alguns bilhões para as distribuidoras, mas não acre­dito que a fatia será muito gran­de. O investimento será em ge­ração e novos projetos que dão mais retorno para a estatal", destaca a fonte. Após registrar prejuízo de R$ 6,9 bilhões em 2012, a com­panhia afirmou que vai reduzir em 30% os custos nos próxi­mos três anos. (Brasil Econômico, com Reuters)

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