O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto tem evitado falar quando o assunto são as distribuidoras controladas pelo grupo. O presidente, que garantiu que uma decisão seria tomada até o final de 2012, anunciou na semana passada que concluirá em 90 dias o estudo das alternativas para a reestruturação dos ativos de distribuição do grupo. Executivos da estatal já afirmaram que a empresa estuda ter um sócio privado na área de distribuição, de forma a amenizar os gastos com os seis ativos, que em 2012 somaram prejuízo de R$ 1,3 bilhão.
Uma fonte consultada pelo Brasil Econômico, afirma que a Eletrobras tem conversado com a gigante chinesa State Grid. "A State Grid vem estudando parceria na área de geração e distribuição. É uma companhia com situação financeira saudável para realizar investimentos nas distribuidoras", destaca.
O presidente da State Grid Cai Hongxian chegou a afirmar no mês passado que teria a intenção de investir em distribuidoras no país, mas que os ativos da Eletrobras não seriam um alvo nesse primeiro momento. "Não. Nós conhecemos o negócio (de distribuição). Não acredito que podemos ter esse negócio, em uma área de baixa densidade (demográfica)", disse o presidente da State Grid, que mesmo com a intenção de adquirir grandes ativos de distribuição não teria um alvo definido.
Ainda assim, a fonte que tem conhecimento da negociação, garante que a State Grid, que iniciou as atividades no Brasil em 2010, estaria interessada apenas em parcerias na área de geração, mas que a Eletrobras estaria negociando fechar uma parceria também na distribuição. Ainda de acordo com a fonte, a Eletrobras estaria com dificuldade para encontrar investidores já que "serão necessários grandes aportes nas distribuidoras." "No momento atual as empresas estão com receio de investir", diz a fonte.
Uma opção descartada é que ocorra o interesse de empresas como a CPFL Energia e a Equatorial Energia, já que ambas as empresas estariam em fase final para a compra de distribuidoras do Grupo Rede Energia por R$ 1 , se assumirem as dívidas estimadas em cerca de R$ 4,4 bilhões do grupo do empresário Jorge Queiroz. "Não acredito que elas possam entrar, pois estão comprometidos com a compra do Grupo Rede. Nesse caso as empresas não teriam fôlego para pegar mais distribuidoras no momento", disse a fonte.
Investimentos - A Eletrobras anunciou seu plano de investimento entre 2013 e 2017, que vai contar com aporte de R$ 52,4 bilhões. Segundo a estatal, do total, R$ 20,3 bilhões serão destinados para novos projetos, enquanto R$ 32,1 bilhões estão comprometidos com empreendimentos já contratados.
"No período, a Eletrobras deve destinar alguns bilhões para as distribuidoras, mas não acredito que a fatia será muito grande. O investimento será em geração e novos projetos que dão mais retorno para a estatal", destaca a fonte. Após registrar prejuízo de R$ 6,9 bilhões em 2012, a companhia afirmou que vai reduzir em 30% os custos nos próximos três anos. (Brasil Econômico, com Reuters)
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