quarta-feira, 10 de abril de 2013

Demissões reduzirão folha da Eletrobrás em 30%

O presidente da Eletrobrás, José da Costa Neto, calcula que o plano de demissões incentivadas reduzirá em cerca de 30% a folha de pagamentos da estatal. Para o executivo, a adesão ao plano vai atingir até 5 mil dos 27 mil funcionários do grupo. 

Em entrevista antes de uma reunião com investidores no Rio, Costa Neto disse que os empregados que devem aderir ao plano de incentivo ao desligamento recebem cerca de 50% acima da média salarial do grupo. Segundo ele, a companhia teve ontem mais uma reunião para debater o tema com representantes do Ministério do Planejamento. 

O executivo acredita que o ajuste trará um alívio substancial para a estatal ao longo dos próximos anos. O importante, ressaltou, é fazer o corte sem que a qualidade da companhia seja comprometida. 

A Eletrobrás espera fechar até o fim do semestre um financiamento com bancos estatais de R$4,9bilhões O diretor financeiro da estatal, Armando Casado, explicou que a empresa utilizou a União como garantia para
os empréstimos e, com isso, obteve taxas mais atraentes no mercado. 

O executivo adiantou que o BNDES e a Caixa Econômica federal estão no "pool" de bancos que devem participar desse financiamento. Com esses recursos, a Eletrobrás consegue fechar o pacote de recursos necessários para viabilizar os investimentos já em curso pela companhia, que somam R$ 32 bilhões até 2017. 

A Eletrobrás pretende ainda utilizar esse mesmo modelo de financiamento para obter mais R$ 13,9 bilhões em empréstimos, que serão usados para sustentar novos investimentos da companhia até 2017. O diretor descartou capitalizações ou captações no curto prazo. 

Costa Neto afirmou que a Eletrobrás deve fechar 2013 com uma geração de caixa medida pelo Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em torno de zero. O executivo informou ainda que pretende apresentar ao governo até junho alternativas de gestão das distribuidoras. 

Uma das propostas em estudo é a venda de parte do controle das distribuidoras. Modelo que, segundo ele, seria interessante por trazer um parceiro estratégico e ainda diminuir a necessidade de investimentos. A Eletrobrás estuda criar escritórios em cada subsidiária para diminuir atrasos nos seus projetos de expansão. (O Estado de S. Paulo)
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